Folha de S. Paulo


Mau diagnóstico na rede D'Or

A rede D'Or de hospitais é uma das maiores do Brasil e a melhor do Rio de Janeiro. Seu controlador, o médico Jorge Moll, tornou-se um bilionário em dólares.

Na semana passada foi em cana o doutor Sérgio Côrtes, ex-secretário de saúde do Magnífico Cabral, condômino de uma propriedade na "República de Mangaratiba" e figurante nas famosas fotografias da "Turma do Guardanapo".

Até o momento em que a Federal chegou à casa de Côrtes, ele era vice-presidente da rede D'Or. Foi demitido horas depois.

Felizmente, os médicos da infantaria da rede D'Or não diagnosticam seus clientes com a cegueira (ou com a falsa acuidade visual) que orientaram o doutor Moll e seus conselheiros na hora de convidar Côrtes para seu ilustre quadro.

DOUTRINA TEMER

Pela doutrina criada por Michel Temer, início de investigação ou mesmo indiciamento não quer dizer nada. Tudo bem, o doutor é advogado.

Pela doutrina Temer, em 1976 o presidente Ernesto Geisel foi um atrabiliário quando demitiu o general Ednardo D'Ávilla Mello, comandante da guarnição de São Paulo. Geisel detonou Ednardo menos de 24 horas depois da morte do operário Manuel Fiel Filho numa cela do DOI.

O comando do Exército dizia que Fiel se suicidara e um IPM deveria investigar o caso.

Em apenas um mês o inquérito concluiu que o operário se suicidara, com as meias.

QUINDIM DO MERCADO

A vida carcerária de Antônio Palocci está sofrida.

Nunca é demais lembrar que, como Michel Temer, o doutor tornou-se quindim do mercado, mesmo sabendo-se que, sendo prefeito de Ribeirão Preto, fizera compras inexplicáveis, como a de um fornecimento de molho de tomate com ervilhas.

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