Folha de S. Paulo


Intervenção federal não impede reforma da Previdência

Argumenta-se que Temer não pode recorrer à intervenção federal porque ela paralisaria a tramitação da emenda constitucional da reforma da Previdência.

Falso. Em 1997, quando Alagoas passou por uma situação semelhante, o ministro Celso de Mello presidia o Supremo Tribunal Federal e disse a Fernando Henrique Cardoso que a intervenção não deveria paralisar a reforma constitucional que tramitava no Congresso. Bastaria paralisar a sua promulgação.

Madame Natasha

Madame Natasha concedeu uma de suas bolsas de estudo aos redatores do relatório da pesquisa da Perseu Abramo sobre os moradores da periferia, pela seguinte palavra de ordem:

"O campo democrático-popular precisa produzir narrativas contra-hegemônicas mais consistentes e menos maniqueístas ou pejorativas sobre as noções de indivíduo, família, religião e segurança."

A senhora acha que eles quiseram dizer o seguinte:

"Vamos parar de dizer tolices sobre indivíduos, família, religião e segurança."

O preço da lista

O deputado Vicente Cândido (PT-SP) apresentou o seu projeto de reforma politica informando que "democracia custa caro". Ele propõe o voto de lista, pelo qual o eleitor perde o direito de escolher o candidato em que vai votar. Se isso fosse pouco, deverá financiar as campanhas dos partidos. O dinheiro dos impostos abastecerá um fundo eleitoral de R$ 2,2 bilhões. (Nada a ver com os R$ 820 milhões torrados pelo Fundo Partidário.)

O PT insiste no voto de lista há cerca de dez anos e só recentemente teve o apoio de uma banda do PSDB e do PMDB. Da última vez que essa girafa foi a voto, mandaram-na ao arquivo por 402 votos contra 21.

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