Folha de S. Paulo


'Esperteza quando é muita come o dono', dizia Tancredo Neves

Zuleika de Souza/Agil
BRASÍLIA, DF, BRASIL, 1984: Ciro Gomes (à esq.), em 1984, com Tancredo Neves (centro) e Ulysses Guimarães, em Brasília (DF). (Foto: Zuleika de Souza/Agil) ORG XMIT: 245301_0.tif 1984 ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
Ciro Gomes (à esq.), em 1984, com Tancredo Neves (centro) e Ulysses Guimarães, em Brasília

Tancredo morreu porque, por esperteza, escondia seus problemas de saúde.

Além de ter produzido a estranha saudade de um governo que não houve, Tancredo deixou suas frases. Algumas são lições.

Sobre o medo que as direitas civil e fardada tinham da esquerda brasileira:

"Eles criam os fantasmas e depois se assustam com eles."

Quando lhe disseram que Magalhães Pinto, seu velho adversário, estava conspirando com milita- res radicais:

"A cabeça do Magalhães funciona como um terreno baldio, onde há sempre alguém atirando alguma sujeira."

Quando lhe pediram para que examinasse um texto onde haviam sido feitos cortes:

"Para cortar não precisa mostrar".

Referindo-se a Bernardo Pereira de Vasconcelos e ao Marquês de Paraná, dois campões do conservadorismo nacional:

"Vasconcelos e Paraná plantaram as nossas instituições livres para ordenar o caos e disciplinar a desordem".

No discurso de posse que não fez:

"Nosso progresso político deveu-se mais a? força reivindicadora dos homens do povo do que à consciência das elites".


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