Natasha não faz questão que a chamem de madame e acredita que o idioma tem uma dívida com Marcela Temer. Desde que ela chegou ao pedaço, pararam de chamar a mulher do presidente da República de "Dona".
Michelle Obama é Michelle, mas a mulher de Lula era "dona Marisa Leticia". Natasha lembra-se do tempo em que a mulher do sindicalista barbudo era apenas Marisa.
O uso desse tipo de tratamento tem um toque senzalesco, como se a sinhá do presidente fosse dona dos súditos. Esquisito, porque a doutora Rousseff, que tomou conta da casa-grande nunca foi chamada de "Dona Dilma".
RECORDAR É VIVER
Por falta de assunto, de candidatos e de paciência com os políticos, aqui e ali pipoca uma especulação em dois tempos:
O Judiciário cassa a chapa Dilma-Temer vagando a Presidência da República.
Isso acontece depois de 1º de janeiro e o novo presidente deverá ser eleito pelos parlamentares que estiverem em liberdade. Ele governará até o dia 1º de janeiro de 2019. A candidatura rola para a cadeira da presidência do Supremo Tribunal Federal e assim a ministra Cármen Lúcia assume.
Repetir-se-ia, parcialmente o modelo de 1945, quando o presidente do STF, ministro José Linhares, foi colocado no palácio do Catete. Ele assumiu num momento de anarquia militar e ao ser convocado, perguntou onde estava Agamenon Magalhães, seu padrinho e responsável pela sua ida para o tribunal. Preso, informaram. Soltem-no, pois do contrário não assumo.
Linhares ganhou o apelido de José Milhares, pela quantidade de parentes que empregou. Ele governou de outubro de 1945 a 31 de janeiro de 1946.