Folha de S. Paulo


Dilma e Marina não decantam

brasília - Numa eleição tão destrambelhada, um dado tem grande significado: a desconexão entre a eleição presidencial e as eleições estaduais. A presidencial parece definitivamente embicada para o PT e o PSB, mas os dois não estão surfando nessa onda nos Estados.

O PT atolou nas pesquisas de intenção de voto em São Paulo e no Rio, dois dos três maiores colégios eleitorais. E, se está na dianteira em Minas, o candidato tucano está crescendo, e o segundo turno será pauleira, com resultado imprevisível.

Ainda sobre o PT de Dilma: não consegue liderar nem mesmo onde já tem a máquina e disputa a reeleição ou a manutenção nos palácios. Os governadores petistas ou seus candidatos na Bahia, no Distrito Federal e no Rio Grande do Sul estão levando um suadouro dos adversários.

E o PSB? Fora do jogo em São Paulo, Rio e Minas, só tem praticamente a comemorar a disparada do seu candidato em Pernambuco. Também, só faltava essa. Trata-se do Estado de Eduardo Campos, que foi não apenas campeão de votos, mas o governador mais aprovado e vive seu momento mito após a morte recente.

Já o PSDB vive uma situação inversa à dos dois partidos hoje favoritos para subir a rampa do Planalto. Apesar de empurrados para o terceiro lugar das eleições presidenciais, os tucanos têm boa chance de vencer no principal Estado da Federação, que é São Paulo, já no primeiro turno.

Mesmo estando em segundo lugar, não podem ser menosprezados em Minas, onde a polarização PT-PSDB insiste, apesar de não estar sobrevivendo para a eleição presidencial. E, no Paraná e em Goiás, por exemplo, uma boa aposta é a reeleição dos governadores tucanos.

Nessa barafunda, só não há uma surpresa: vem PSDB, vai PSDB; vem PT, ameaça ir-se o PT; e lá está o velho PMDB de guerra. Devagar e sempre, caminha para a vitória no Rio e não está fazendo feio em São Paulo. Ganhar a eleição é improvável, mas já venceu o PT. É um bom troféu.


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