Folha de S. Paulo


Importadoras esperam para 2018 fim de sobretaxa a carros 'estrangeiros'

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Kia Soul é importado da Coreia do Sul e tem vendas limitadas por cotas

As importadoras de automóveis estão mais interessadas na próxima etapa do programa Inovar-Auto do que as que já produzem no Brasil.

Previsto para ter início em 2018, a nova fase das regras que regem a indústria automotiva poderá por fim à sobretaxa no IPI (imposto sobre produtos industrializados) que encarece automóveis que vêm de fora do Mercosul.

Com a reabertura aos modelos feitos no exterior, em 1990, gente graúda chegou ao país. Desde então, as montadoras vivem as tantas emoções de um mercado pouco afeito a contratos de longo prazo e, ainda assim, apetitoso. O Brasil está entre os países que mais têm veículos de marcas diferentes à venda.

O lado mais fraco da história é hoje representado pela Abeifa, associação dos importadores. A entidade descaracterizou-se ao longo do tempo, e hoje reúne algumas empresas que já montam veículos por aqui, como BMW, Chery, Land Rover e Suzuki. São tecnicamente nacionais, embora a maior parte dos componentes venha de fora.

Em 2011, os estrangeiros começaram a incomodar. Chineses pareciam ameaça real à produção local, bem como sul-coreanos. Em setembro daquele ano, o então ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou a sobretaxa que deu origem às cotas proporcionais de hoje.

Grosso modo, importadoras podem trazer até 4.800 veículos sem sofrer com a incidência dos 30 pontos percentuais sobre o IPI –vale lembrar que há também os 35% do imposto de importação. Em tempos de vendas em baixa, ninguém se arrisca a extrapolar a cota, fazendo os negócios minguarem.

As 18 empresas filiadas à Abeifa amargam uma queda de 44,5% nas vendas na comparação entre o primeiro bimestre de 2017 e igual período em 2016. Venderam 3.631 veículos, uma fração do que foram em um passado não tão distante.

Agora fazem caravanas à Brasília à espera de um alívio. O pedido da vez é a liberação –sem sobretaxa– das cotas não utilizadas em 2016. A pressão busca também garantir que a tributação seja realmente menos severa em 2018.


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