A sala abriga duas bancadas repleta de peças. Pistões, partes em alumínio e plástico estão dispostos em uma ordem lógica, como se prestes a entrar na linha de produção.
O cenário é parte de uma apresentação na fábrica do Volkswagen, em São Bernardo do Campo, onde o novo motor 1.0 turbo (três cilindros) vai sendo detalhado.
Acostume-se. Como escrevi em 2013, seu próximo carro será turbo.
A VW é a primeira a unir "1.0", "Flex" e "Turbo" em um mesmo logotipo. Nada além do esperado, porque a empresa havia feito o mesmo no início dos anos 2000. Porém, as motivações eram outras.
Naquele tempo, o Gol Turbo aproveitava os benefícios do imposto menor para os carros "mil". Seu desempenho era pautado na esportividade, sem compromisso com questões ambientais. Agora, a meta é reduzir emissões e substituir vetustos motores 1.6 ou 1.8. Sai a cilindrada, entra a eficiência energética.
O motor flex é dissecado por engenheiros da montadora, orgulhosos de seu pequeno prodígio mecânico. O rotor do turbo parece um delicado botão de flor, mas pode girar a mais de 200 mil rpm.
Seu ajuste fino faz com que o motorista esqueça que há uma diminuta turbina em algum lugar à sua frente, rodeada por um universo tecnológico distante do alcance do consumidor comum.
Esse é o objetivo:, fazer com que clientes que não têm ideia do que coloca os seus carros em movimento não se sintam desconfortáveis diante da novidade.
Todas as grandes fabricantes seguirão o mesmo caminho, e não será um modismo passageiro. A chegada do turbo aos motores pequenos é realidade na Europa.
O Brasil ficou muito tempo escorado no etanol, mas só agora o combustível de origem vegetal está sendo associado a motores de última geração produzidos no país.
É importante passo rumo aos carros com nível zero de emissões produzidos em grande escala.