Quando o setor automotivo começa a repetir campanhas promocionais do passado -até os comerciais são os mesmos-, é sinal de que as fabricantes vivem o pesadelo da queda nas vendas. Março causou calafrios em executivos e concessionários, cujas lojas permaneceram com baixo movimento logo após o término do Carnaval.
Abril também começou pouco animador, e há mais um longo feriado pela frente. O mercado ajustou-se a um nível de produção e emplacamentos que passa agora pela primeira estagnação em anos. Quem viveu a fartura tem dificuldade de encarar tempos mais difíceis.
Apesar dos problemas, a Anfavea (associação dos fabricantes de veículos) ainda não revisou a previsão de crescimento nas vendas em 2014, estimada em 1%. Pode parecer apenas um exercício de otimismo, mas temos aí um fato que pode beneficiar o consumidor.
Para conseguir atingir suas metas e reduzir os estoques no curto prazo, as montadoras terão de fazer mais do que reprisar antigas promoções. Hoje, carros prestes a deixar o mercado ou modelos que ainda não chegaram à linha 2015 são encontrados com desconto, mas, do ponto de vista dos clientes, ainda há o que melhorar.
Os sucessos de venda continuam a sofrer reajustes frequentes de preço, como o Fiat Palio Fire e o Ford New Fiesta. Quem pensa em comprar um Toyota Corolla recém-lançado também se depara com valores acima dos sugeridos pela tabela do fabricante.
Portanto, vale entender os sinais dados pelo mercado e adequar-se às suas leis. Se os carros mais procurados estão caros ou menos vantajosos, é hora de olhar para o lado e atentar para o que os concorrentes têm a oferecer.
Esperar um pouco também será compensador. Se o ano não está bom, é natural que até veículos que "se vendem sozinhos" sofram perdas de participação e tenham seus preços readequados à realidade.