Santiago Chamorro, presidente da General Motors do Brasil, acredita que o mercado brasileiro de carros crescerá pouco em 2013, cerca de 0,5% em comparação ao ano passado. Hoje, essa é uma visão otimista. As expectativas foram revistas mês a mês neste segundo semestre, sempre para baixo.
Crise? Longe disso. Se o resultado de 2012 for repetido, com cerca de 3,8 milhões de veículos comercializados (caminhões inclusos), o país continuará entre as potências do setor. Contudo, a desaceleração causa calafrios nos executivos.
O presidente da GM nacional deu seu palpite de crescimento durante a apresentação de novos planos de financiamento da Chevrolet, que volta a atuar no setor de crédito.
Os modelos propostos têm juros reduzidos, incluem planos de revisão do carro e deixam uma parcela gorda -e renegociável- para o fim do contrato, de modo a baixar o valor de entrada e as prestações.
O objetivo é claro: oferecer facilidades na tentativa de fidelizar clientes. As marcas se preparam para um futuro de concorrência acirrada, devido à nova leva de fabricantes nacionais.
Os preços não devem cair, mas haverá cada vez mais planos atraentes de compra, como o parcelamento sem juros.
As fabricantes estarão sempre dispostas a conceder bonificações que estimulem vendas e os bancos vinculados às empresas do setor terão taxas amigáveis mesmo fora dos períodos de "desova", quando chega a hora de reduzir os estoques.
Bom para quem compra, preocupante para quem vende e produz. Com mais opções na mesma faixa de preço, o consumidor fica mais exigente. Para agradá-lo, as marcas precisam investir pesado, antecipar lançamentos e ser ágeis para adequar seus produtos aos novos desejos.
Dessa forma, o produto que foi mal recebido muda em poucos meses, para tentar virar o jogo. O que faz sucesso logo ganha novos membros na família, com variações de carroceria e versões diferenciadas. O consumidor que age sem pressa e dedica tempo para comparar as opções disponíveis tem tudo para fazer um bom negócio.