Folha de S. Paulo


Novas regras do COI visam tornar a Olimpíada mais feminina e moderna

Yu Nakajima/Associated Press
apanese Prime Minister Shinzo Abe poses just after removing the costume of the Nintendo game character Super Mario as he makes an appearance during the closing ceremony at the 2016 Summer Olympics in Rio de Janeiro, Brazil, Sunday, Aug. 21, 2016. Abe's brief but show-stopping appearance as Super Mario offered a tantalizing glimpse at Tokyo's plans for the 2020 games. (Yu Nakajima/Kyodo News via AP) ORG XMIT: TKTT804
O premiê japonês, Shinzo Abe, promove os jogos de Tóquio vestido de Mario, personagem da Nintendo

Os Jogos Olímpicos vão mostrar uma nova cara a partir de Tóquio-2020, com muitas novidades. Disputas mistas, especialmente em esportes de vanguarda na Olimpíada, como na natação e no atletismo, despontam como atrações nessa etapa inovadora.

A natação, que ganhou três provas, agora vai superar o atletismo em disputas com medalhas (49 a 48). Este último, no entanto, lamentou a redução no total de participantes, que obrigará a federação internacional de atletismo a reordenar seu programa de seleção de atletas para o torneio olímpico.

Além dos 28 esportes dos Jogos do Rio, ano passado, já estava decidido que o evento passaria a contar com mais cinco modalidades –beisebol/softbol, caratê, escalada, skate e surfe– na sua grade de competições, em decisão adotada em agosto último no Brasil.

Não bastasse essa expansão, uma série de outras disciplinas acabaram aprovadas pelo COI (Comitê Olímpico Internacional), na semana passada. O basquete 3x3, esporte praticado normalmente em meia quadra e em praças públicas, é outra novidade, bem como o BMX estilo livre, que dá projeção ao ciclismo.

Para o comitê, o objetivo das mudanças é potencializar modalidades urbanas e, principalmente, a participação feminina, que vem numa escalada e deve alcançar a masculina em Tóquio. Essa é a expectativa da direção do COI, há anos empenhada na questão da igualdade de gêneros.

Apesar desse aumento de modalidades e provas, o total de atletas na Olimpíada deve ficar em torno dos 10.500 participantes dos últimos Jogos. Para a inclusão das novidades, houve necessidade redução de vagas e provas de vários esportes.

A cartolagem do COI promoveu outras discussões interessantes, que extrapolaram as novidades para Tóquio. Cartolas do rúgbi e do golfe, esportes incluídos na Olimpíada do Rio, ano passado, e com presença assegurada em 2020, ficaram agradecidos pela decisão que estende essa participação também para os Jogos de 2024.

Sinal de que foram aprovados neste primeiro momento, embora o golfe, altamente profissional, tenha enfrentado o desfalque de várias de suas estrelas, que optaram por torneios com premiação no período da Olimpíada. A expectativa é que haja mudança nessa postura.

Tóquio, anfitriã dos Jogos daqui a três anos, é homenageada com a inclusão de uma disputa mista, por equipes, entre as categorias do judô, modalidade que teve seu berço no Japão.

O boxe, última modalidade a adotar competições entre mulheres, nos Jogos de Londres-2012, vai ter mais duas categorias femininas.

Mas não foram apenas aplausos para essa nova postura do COI. Algumas modalidades não tiveram suas reivindicações atendidas, casos, por exemplo, do pentatlo moderno, do taekwondo, do levantamento de peso e da vela, frustrados com as decisões.

Esses esportes esperavam ganhar eventos adicionais, mas isso não aconteceu. A vela e o peso amargaram ainda a redução do total de atletas a que tinham direito, o mesmo sucedeu com o tiro.

O movimento olímpico reage ao gigantismo alcançado pelos Jogos nas últimas décadas. Mira nos tempos modernos, diversificando sua proposta para esportes da atualidade, mas sem perder o foco na audiência da TV e no mercado, que engordam os cofres. Afinal, o COI e seus cartolas não rasgam dinheiro.


Endereço da página:

Links no texto: