Folha de S. Paulo


Aberto da Austrália alavanca abertura da temporada de tênis

O Aberto da Austrália é o grande evento que alavanca a abertura da temporada mundial de tênis. Acontece a partir de domingo (15) à noite no horário de Brasília, manhã do dia 16 em Melbourne, local das disputas.
Outros torneios menores ocorrem desde a semana passada, inclusive com a presença de estrelas mundiais do tênis. Apesar de boas disputas, na verdade eles servem de aquecimento para o aberto australiano.

O evento de Melbourne é o primeiro Grand Slam dos quatro da temporada, os mais relevantes torneios do circuito profissional de tênis. Os outros são Roland Garros, Wimbledon e Aberto dos EUA.

Como ocorreu nos dois últimos anos, novamente o sérvio Novak Djokovic e o britânico Andy Murray despontam entre os favoritos. Djokovic levou vantagem sobre Murray nas duas finais mais recentes do Grand Slam australiano, ampliando para seis as suas conquistas no evento, das quais duas outras também diante de Murray.

Antes a dupla havia se encontrado nas decisões de 2013 e 2011. Dessa forma, Murray acumula cinco vices, pois também decidiu em 2010, quando perdeu para o suíço Roger Federer.

Pela primeira vez em sua carreira, Murray entra na disputa ostentando os títulos de campeão olímpico e das Finais da ATP, conquistado na decisão contra Djokovic, e mais confiante por ter terminado a temporada passada como primeiro do ranking mundial, logo à frente do sérvio.

Nada disso, entretanto, parece garantir alguma vantagem. Isso porque, no último fim de semana, Murray perdeu uma invencibilidade de 28 jogos, iniciada em setembro do ano passado, e outra vez diante de Djokovic, seu rival de sempre.

Foi na final do torneio de Doha, no Qatar, em jogo equilibrado. Não faltou tensão. Irritado, o sérvio chegou a quebrar a própria raquete, batendo-a contra o piso, após errar alguns lances.

O tênis masculino surpreendeu na temporada passada, quando o ranking mundial terminou com representantes de nacionalidades diferentes nas dez primeiras colocações. Como há países com mais de um astro na modalidade, certamente as disputas tendem a ser equilibradas, tal o número de atletas de alto nível.

Além disso, o espanhol Rafael Nadal está de volta, acredita-se que recuperado totalmente de contusões. No ano passado, ele disse ter participado da Olimpíada após curta preparação, fato que teria resultado em dores e prejudicado sua performance no segundo semestre.

Outro retorno esperado é o de Roger Federer, que desde julho último ficou afastado dos torneios para se recuperar de contusão no joelho. Federer levantou a taça quatro vezes em Melbourne.

No feminino, a alemã Angelique Kerber, líder do ranking mundial e ganhadora no ano passado, quando bateu a norte-americana Serena Williams na decisão, é o principal destaque.

A competição terá dois desfalques. A russa Maria Sharapova, vencedora do torneio em 2008, que continua suspensa por doping, mas deve retornar nesta temporada. E a tcheca Petra Kvitova, bicampeã de Wimbledon, que se recupera de facada sofrida em assalto em dezembro.

O tênis profissional, anualmente, tem torneios de janeiro a novembro nos quatro cantos do planeta, movimentando milhões de dólares na organização dos eventos e nas premiações aos atletas. Lamentável que não seja esporte de ponta no Brasil, onde a história registra um fenômeno como Gustavo Kuerten, o Guga.


Endereço da página:

Links no texto: