Folha de S. Paulo


Exclusão da Rússia da Paraolimpíada abre espaço no pódio

Falta pouco para a abertura da Paraolimpíada, no Rio. O êxito recente da Olimpíada acena com a possibilidade de ventos favoráveis para o novo evento. Assim sendo, a partir de agora, as expectativas passam a ser estimuladas pelas disputas em si, pela competição. Serão bons Jogos? Quais países ocuparão a vanguarda no quadro de medalhas?

A delegação do Brasil tem como meta conseguir uma campanha mais farta do que aquela da Paraolimpíada de Londres, há quatro anos, quando arrebatou 43 medalhas, das quais 21 de ouro, 14 de prata e 8 de bronze. Antes, em Pequim-2008, havia ganho 47 medalhas (16 de ouro).

Para tanto, investiu alto no ciclo que termina no Rio, tendo em vista mostrar evolução compatível com a estatura e responsabilidades de país organizador dos Jogos. Até inaugurou um centro de treinamento de alto nível em São Paulo. O time do CPB (Comitê Paralímpico Brasileiro) quer ficar entre os cinco mais laureados na competição.

É um objetivo possível de ser alcançado, embora diante de adversários com tradição de boas participações no evento. Pelo critério de medalhas de ouro, o Brasil terminou em sétimo, em Londres. Dá para evoluir em casa, com o respaldo da torcida.

Não bastasse isso, um novo fator vai interferir no quadro de medalhas da competição carioca. Trata-se da ausência nas disputas da delegação da Rússia, proibida de participar por determinação do Comitê Paralímpico Internacional.

A Rússia em Londres conquistou 102 medalhas (36 de ouro), atrás da líder China, com 231 (95 de ouro), e na frente da Grã-Bretanha, com 120 (34 de ouro). Isso pela classificação de ouro. Esses países, mais Estados Unidos, Ucrânia, Austrália e Alemanha foram os destaques.

A opção pelo banimento da Rússia foi tomada com base em relatório da Wada (Agência Mundial Antidoping), que apontou ter o governo daquele país operado um esquema estatal de doping sistemático.

Uma decisão polêmica, pois vai além da punição de infratores, atingindo atletas limpos, testados e que nunca foram flagrados em antidoping.

A punição aplicada à Rússia pelo Comitê Paralímpico Internacional foi radical, diferente do posicionamento do COI (Comitê Olímpico Internacional) em relação ao mesmo país na Olimpíada.

Neste caso foi vetada a participação nos Jogos de competidores que já tinham condenações anteriores por uso de drogas proibidas e concedido poder às federações internacionais de cada esporte para banir ou não atletas da sua área. Assim, mais de duas centenas de atletas russos puderam competir no Rio.

A Paraolimpíada vai promover disputas em 22 esportes, sendo vários deles com categorias diferenciadas, obedecendo graus de dificuldades dos atletas.

No Rio, estarão em jogo medalhas que trazem uma curiosa novidade para este evento paraolímpico. Elas emitem sons ao serem chacoalhadas. Os sons são diferentes para ouro, prata e bronze.

O quadro geral de medalhas retrata as delegações que se destacaram nas disputas pelos primeiros lugares das várias provas. Não é um ranqueamento oficial, mas instiga a emoção dos esportistas. E também as especulações sobre progresso e fracasso nos esportes. Nada mais do que isso.


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