O próximo passo do Comitê Olímpico Internacional, depois da Olimpíada e da Paraolimpíada do Rio, é a escolha da cidade que vai abrigar os Jogos de 2024. O desfecho do processo só vai acontecer em setembro do ano vem.
Essa escolha abre uma nova etapa para sedes olímpicas com a entrada em vigor da Agenda 2020, que contempla as novas normas do COI para cidades interessadas em organizar o evento.
A meta é o legado e a contenção de custos na candidatura e na organização dos Jogos. Construções já existentes, por exemplo, podem figurar nos planos como medida de economia.
O programa para valer desse concurso para 2024 esquentou a partir de fevereiro passado, com a apresentação pelas cidades interessadas dos seus relatórios sobre visão, conceito dos Jogos e estratégia.
Agora, em outubro, as concorrentes devem abordar governo, aspectos legais e financiamento da sede. Nos primeiros dias de fevereiro, completam o dossiê com detalhes da entrega dos Jogos, experiência e legado das instalações. Só então o COI iniciará visitas para avaliação das cidades.
Roma, Paris, Los Angeles e Budapeste são as candidatas que estão na disputa. Havia uma quinta interessada, a alemã Hamburgo, que recuou depois de uma consulta local apurar resultado desfavorável à intenção da população de abrigar os Jogos.
Budapeste, por sua vez, ratificou sua candidatura com posicionamento contra a realização de uma consulta aos seus habitantes. Os políticos municipais da situação recusaram proposta da oposição que pedia que os moradores fossem ouvidos. Os oposicionistas justificavam a reivindicação pelos riscos do alto custo e dos problemas de infraestrutura.
Paris, que abrigou a Olimpíada em duas oportunidades –1900 e 1924– se entusiasmou tanto com a possibilidade de levar os Jogos para lá, que pediu ideias aos seus moradores sobre o evento, estabelecendo o mês que vem como prazo para as sugestões. Busca uma campanha diferente daquelas nas quais fracassou para os Jogos de 1992, 2008 e 2012.
Os Estados Unidos tinham duas interessadas em assumir os Jogos, Los Angeles e Boston, mas esta desistiu. Diante disso, a cidade da Califórnia ganhou estímulo para entrar forte na campanha. Ela acumula experiências de também ter sido sede dos Jogos em duas oportunidades —1932 e 1984— e planeja utilizar construções já existentes em seu projeto.
Roma busca o direito de promover os Jogos pela segunda vez —a primeira foi em 1960. O empenho da cidade é grande. Tanto que o seu projeto deve recorrer até ao Vaticano e a pontos turísticos históricos —Coliseu e Termas de Caracalla, entre eles— como locais de eventos olímpicos. Sardenha, Sicília e Costa Amalfitana são opções para vela.
A roda viva do movimento olímpico abre cofres pelo mundo, enquanto o Rio deve iniciar o seu balanço.