Folha de S. Paulo


Esportes aquáticos atraem a atenção mais fora d'água

Os esportes aquáticos, em especial a natação, sempre despontam entre as atrações na primeira etapa dos Jogos Olímpicos. Na segunda metade, as finais dos esportes coletivos e, principalmente, o atletismo são as maiores marcas do evento.

Para os Jogos do Rio, ano que vem, esse padrão já não é tão preciso por um simples motivo: os esportes aquáticos estão chamando a atenção bem antes do início das disputas. Só que impulsionados por motivação diferente, não por confrontos nas águas, e sim por críticas à organização –o comitê Rio 2016 e a prefeitura carioca.

Tudo começou tempos atrás, quando alguns cartolas manifestaram insatisfação com a programação de finais da natação para as 22h por interesse de TVs norte-americanas. A contrariedade era provocada pela redução do tempo entre as provas noturnas e as eliminatórias do dia seguinte, que tornam mais complicada a recuperação dos atletas. Sem que qualquer alteração fosse anunciada, os protestos perderam força.

Agora é a Fina (Federação Internacional de Natação) que está irritada. A direção da entidade soube da possibilidade de uma mudança no projeto do Estádio Aquático Olímpico, que pode reduzir a capacidade de público de 18 mil para aproximadamente 13 mil torcedores. A diferença nos números foi interpretada como desprestígio, ainda mais que em Londres, há cerca de três anos, o estádio tinha 17.500 lugares.

Além disso, a Fina questionou a poluição das águas da praia de Copacabana, onde haverá disputas da Maratona Aquática, e a falta de cobertura no Parque Aquático Maria Lenk, local dos saltos ornamentais, nado sincronizado e alguns jogos de polo aquático.

O presidente da Fina, Julio Maglione, enviou carta de protesto ao Comitê Rio 2016 e ao prefeito carioca, Eduardo Paes, apontando que os temas citados estão em desacordo com os requisitos exigidos pela entidade e que afetarão negativamente as competições. A prefeitura do Rio de Janeiro, em nota, respondeu que o COI e a Fina sempre tiveram conhecimento de que o Maria Lenk não teria cobertura.

A Usas (United States Aquatic Sports), entidade dos Estados Unidos que representa os esportes aquáticos envolvidos na polêmica, respaldou o posicionamento da Fina. A concentração de três modalidades em apenas uma estrutura –Maria Lenk– também deu motivo para apimentar a crise.

Pelo jeito, pouca serventia tiveram as visitas de inspeção do COI, e a troca de informações entre os organizadores e as federações esportivas internacionais. Quase seis anos depois de o Brasil ter assumido o compromisso de organizar os Jogos, como aceitar o aparecimento de dúvidas, do porte das apontadas aqui, na reta final?

CALOUROS?

Beisebol, softbol, caratê, surfe, skate e escalada deram um passo importante rumo os Jogos de Tóquio-2020.

Depois de terem sido alinhados numa seleção inicial com outros três candidatos –boliche, squash e wushu– foram escolhidos pelo Comitê Organizador da Olimpíada do Japão. Mas a decisão ainda precisa ser ratificada pelo COI, em agosto, no Rio, às vésperas dos Jogos de 2016.

Os 28 esportes da Olimpíada no Brasil seguirão no programa, que incorporará os aprovados. Pelas novas regras do COI, todas as futuras sedes olímpicas poderão escolher novos esportes.

O PALCO

O Ibirapuera, finalmente, quem diria, voltou a ser palco do basquete. Bastou uma leve reforma nas suas instalações e o velho ginásio renasceu. Parece ter sido construído para a modalidade.

As cadeiras e tribunas lotaram e o anel superior também recebeu bom público. Ouvi jovens comentando coisas do tipo "sensacional ver basquete aqui". E os desabafos de outros mais veteranos, tipo "como é bom isso de volta".

Era visível que estavam com saudades e que tinham boas recordações de jogos e "semanas de basquete", com duas, quatro e até oito equipes, em decisões de Taça Brasil, Paulista e da seleção brasileira.

Isso tudo apesar de o Bauru, do técnico Guerrinha, ter perdido. Não poderia mesmo ter feito mais diante do Real Madrid, a poderosa equipe da Espanha que tem folha de pagamento milionária, superior à de equipes fortes do futebol. O time espanhol levou a Copa Intercontinental da Fiba, disputada em duas partidas: na sexta, deu Bauru por 91 a 90, e domingo, Real por 91 a 79.


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