A Olimpíada do Rio reserva muitos lances de suspense nesta semana, como preço de ingressos, possível suspensão de obras do campo de golfe e atletas em busca de vagas olímpicas.
O comitê organizador da Olimpíada e da Paraolimpíada anuncia nesta terça-feira, às 16h, o preço dos 7,5 milhões de ingressos dos Jogos do Rio.
As informações serão expostas no portal do comitê Rio-2016. O cadastramento dos interessados deve ser agendado para novembro e as vendas, confirmadas a partir de março do ano que vem.
É certo que 3,8 milhões de tíquetes ficarão abaixo de R$ 70,00. Alguns poderão custar cerca de R$ 46,00, valor que cai para R$ 23,00 por causa da meia-entrada. Mas isso ainda depende de ajustes, considerando eventos em praças diferentes, como os jogos do torneio de futebol.
O comitê organizador, que venderá os ingressos, contratou a empresa alemã CTS Eventin, especializada no setor. O Comitê também fez consultas ao Ministério Público e à Polícia Federal. Em julho, após escândalo da "máfia de ingressos" da Copa, Carlos Arthur Nuzman, o chefe da Olimpíada do Rio, havia afirmado a esta Folha que procuraria as autoridades para detalhar o plano sobre os tíquetes da Olimpíada.
Na Copa, a Polícia Civil do Rio desarticulou um esquema ilegal de venda de ingressos, que seria liderado pelo franco-argelino Mohamed Lamine Fofana, que foi preso. Ele e outros nove acusados foram beneficiados por habeas corpus e liberados.
GOLFE X ECOLOGIA
O golfe, que retorna à Olimpíada –havia participado em 1900 e 1904–, arrumou sarna para se coçar ao optar pela construção de um novo campo na Barra da Tijuca para os Jogos. Conforme publicado neste espaço sob o título "Campo de golfe, novela olímpica", a trajetória da modalidade assume características de um seriado em que o autor não consegue encontrar um final.
A prefeitura da cidade, comandada pelo prefeito Eduardo Paes, e o comitê Rio-2016, que pilotam a organização dos Jogos, mais a empresa Fiori Empreendimentos, responsável pela obra, ainda não descobriram uma fórmula para contornar a devastação ambiental que o projeto acarretará. Por isso os trabalhos de construção do campo devem ser suspensos, com os interessados apelando à instância superior.
Nesta quarta (17) se encerra o prazo do ultimato do juiz Eduardo Antônio Krauser para que a empresa responsável pela construção altere o projeto do campo, contemplando a exigência de preservação ambiental na área. Ao analisar pedido do Ministério Público para suspensão da obra, o juiz concluiu que a devastação ambiental no local é muito maior do que ele já imaginava.
Durante o planejamento dos Jogos, os organizadores descartaram adaptações em um dos dois principais clubes da modalidade no Rio –Itanhangá e Gavea Golf–, optando pela construção de um novo campo, mesmo diante do risco de entraves jurídicos e ecológicos.
CORRIDA OLÍMPICA
Estão a todo vapor as disputas pelas vagas oferecidas pelos 28 esportes da Olimpíada do Rio. Na semana passada, por exemplo, vários equipes carimbaram seus passaportes durante os Jogos Equestres Mundiais, na França.
No último domingo, o nível de grandeza que se espera do torneio masculino de basquete começou a ser ratificado com a classificação dos Estados Unidos, o primeiro país a garantir sua vaga, assegurada com a conquista do Mundial na Espanha.
Isso era esperado, levando-se em conta que aquele país abriga o melhor basquete do planeta, além das disputas da NBA, a mais importante liga profissional da modalidade no mundo. O Mundial da Espanha, no entanto, deixou claro que, para desembarcar no Rio em 2016, o basquete vai exigir muito esforço dos candidatos nos pré-olímpicos classificatórios.
Na Espanha, as seleções mostraram alto grau de competitividade, sendo que algumas potências da modalidade, como Rússia, Alemanha e Itália, nem sequer chegaram lá. Certamente estarão mais atentas em busca de uma das 11 outras vagas olímpicas.
O Brasil, que caiu nas quartas do Mundial diante da Sérvia, a vice-campeã do mundo, vai participar do pré-olímpico das Américas, ano que vem. Mas, mesmo que tropece, ainda poderá receber um convite da Fiba, na condição de anfitrião do evento.
Nesta semana, na espanhola Granada, o tiro esportivo completa a definição de 64 das vagas nas suas 15 provas olímpicas. Ainda na Espanha, 900 barcos de cerca de 80 países participam do Mundial de Vela. Lá estão em jogo 138 vagas nas dez classes olímpicas.
Ao todo, 274 barcos competirão nos Jogos. Outros 47 se classificarão através do Mundial de 2015 e 75 garantirão vaga em classificatórios continentais.
O Brasil, país-sede, terá um representante em cada uma das classes em disputa. As quatro vagas restantes serão definidas por convites feitos pela Federação Internacional de Vela.