Folha de S. Paulo


Rio-2016 seleciona 70 mil voluntários

Com o término da Copa do Mundo de futebol, há um mês, os preparativos do Rio de Janeiro para os Jogos Olímpicos passam a ser o grande desafio do Brasil no mundo dos esportes. O primeiro evento-teste coube à vela —na Olimpíada serão 28 esportes—, na semana passada, competição que serviu para mostrar o fracasso das administrações estadual e municipal na proposta de superar os problemas de poluição nas águas da baía de Guanabara, local programado para as disputas da modalidade em 2016.

O evento foi realizado sem incidentes, mas não faltaram críticas de velejadores à sujeira no local. Ainda há tempo até a abertura dos Jogos para outras investidas na limpeza das águas, mas são muito remotas as chances de os trabalhos serem concluídos com um nível ideal de despoluição. Mesmo assim, é preciso que haja uma boa dose de vontade política dos governantes e do comitê Rio 2016, o responsável pela organização da Olimpíada.

Obstáculos, os mais variados possíveis, não faltarão ao comitê organizador nesta reta final. No próximo dia 28, por exemplo, começam as inscrições para o programa de voluntários dos Jogos, cuja meta é arregimentar 70 mil participantes (45 mil para a Olimpíada e 25 mil para a Paraolimpíada), do Brasil e do exterior. O programa prevê cinco mil profissionais da área de saúde. Força de trabalho praticamente sem custo para a organização do evento. Esse tipo de atividade na Olimpíada teve início em Helsinque-1952, na Finlândia, com cerca de 2.191 colaboradores.

O processo seletivo abre com testes de valores e de idiomas. Segue em 2015 com fase de entrevistas, início das aprovações, treinamento presencial e à distância e eventos-teste. A complementação do processo fica para o ano seguinte. Os candidatos devem ter no mínimo 18 anos em maio de 2016, ensino fundamental, e disponibilidade para trabalhar nos Jogos Olímpicos e/ou Paraolímpicos e para o processo de seleção e treinamento. Todas as informações estão no site da Rio-2016 (clique aqui para ler mais).

São dois os modelos de voluntários. O generalista, sem quaisquer exigências para desempenhar sua função, que atuará em serviços gerais, e o especialista, que necessita de conhecimento técnico ou específico, como profissionais da saúde, de TI, de idiomas e esportistas ou pessoas vinculadas ao esporte.

O comitê organizador oferece aos voluntários alimentação nos dias de trabalho, transporte na região metropolitana do Rio de Janeiro, curso de idiomas online, uniforme completo, brindes exclusivos, treinamentos exclusivos e certificado de participação. Os custos de acomodação e de translado para o Rio de Janeiro e para as cidades do futebol (São Paulo, Brasília, Belo Horizonte e Salvador) correm por conta do voluntário.

Uma tarefa de arregimentação nada fácil, levando-se em conta que se trata de mão de obra gratuita num evento com estimativa orçamentária na casa dos R$ 37 bilhões.


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