Folha de S. Paulo


Mini zero-quilômetro

Wagner Filho, 38, trabalha em uma companhia de seguros -e segurança é a principal característica que demonstra ao dirigir seu Rover Mini 1995 Sprite. Seguimos com ele em um passeio até Itatiba, a 100 km de São Paulo.

Além de fazer curvas tão bem como modelos modernos, o carrinho não teve nenhuma dificuldade para chegar aos 110 km/h, que é o limite de velocidade da rodovia Anhanguera.

Com as janelas elétricas abertas, não havia necessidade de ligar o ar-condicionado original.

Wagner conta que cresceu dentro de modelos da linha Mini. O primeiro que seu pai comprou foi um Austin Mini GT, nos anos 1980. Ele tinha 8 anos e já brincava dentro do carro.

Depois do primeiro, vieram mais cinco desses compactos ingleses. A família vendia um para comprar outro.

A paixão pelo Mini resistiu até ao crescimento de Wagner. Mesmo com seus 1,91 m d altura, ele ainda cabe com conforto dentro do carro.

Sir Alec Issigonis (1906-1988), o criador do Mini, era tão obcecado pelo espaço interno que as linhas de solda das colunas A e C do carro são voltadas para fora. Seu motor transversal era montado em cima do câmbio, com radiador voltado para um dos paralamas, tudo para ampliar a cabine.

O modelo teve mais de cinco milhões de unidades comercializadas pelo mundo. Por isso é muito fácil obter peças e também de customizá-lo.

A personalização não agrada a todos, e o exemplar de Wagner é estritamente original. Ele foi mantido assim por um grande colecionador de microcarros, que o comprou zero-quilômetro e praticamente nunca o usou.

Em 2014, Wagner comprou o automóvel.

Hoje, o Mini tem incríveis 2.200 quilômetros rodados. É praticamente novo, e Wagner pretende mantê-lo assim usando-o só em ocasiões especiais.

Sou um privilegiado por ter contribuído com esses 200km a mais.


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