Folha de S. Paulo


Jovens colecionadores

SER PROPRIETÁRIO de um carro antigo não é exclusividade de senhores aposentados que já têm onde morar, já casaram seus filhos e hoje preenchem o tempo com o antigomobilismo.

Ainda que esse seja um perfil bem comum, existe uma outra parcela de entusiastas nesse hobby, bem mais jovem, que dirige veículos clássicos indo para a faculdade e gasta o primeiro salário em peças, embora ainda more com a mãe.

Bruno Tinoco tem 26 anos e é um apaixonado por esportivos franceses da década de 1990. Tem um Peugeot 405 T16 e três modelos Citroën: um ZX Dakar, um AX GTI e um DS 1971, seu automóvel mais antigo. Ele trabalha há oito anos com carros e, recentemente, assumiu a oficina mecânica do pai.

Já Felipe Olivani, estudante de psicologia, 20, é atraído por carros que fogem do comum. Ele conseguiu convencer sua mãe de que carro normal não tem graça e hoje tem um Fiat Panorama, um Suzuki Swift 1.0 e dois Voyage da família. Tinha também um Gurgel Tocantins, do qual se desfez há pouco tempo.

Júnior Almeida, 23, diretor de marketing, pretende ter uma coleção de carros populares do pós-guerra, que ajudaram a reconstruir a Europa. Por enquanto, é dono de um Citroën 2CV e de um Fusca. Ainda faltam o Fiat 500 e o Mini Cooper. O interesse dele é pelo design espartano e o modo como esses veículos popularizaram a mobilidade urbana.

Denis Cisma/Folhapress
Júnior Almeida, 23 anos, diretor de marketing, pretende ter uma coleção de carros populares pós-guerra. Carros que ajudaram a reconstruir a Europa. Por enquanto tem um Citroën 2CV e um Fusca ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
Júnior Almeida, 23 anos, gosta de compactos como o Citroën 2 CV

Há também os aficionados que sequer têm idade para dirigir. Frederico Berg, estudante de 16 anos, vendeu videogame, celular, bicicleta e, claro, contou com a ajuda do pai para comprar seu BMW 320 1976. Só pôde dirigi-lo dentro da fazenda da família nas férias escolares, mas acredita que valeu o esforço. E apesar de mal ter andado com o carro, já o trocou por um BMW 2002ti 1974.

O vício de encontrar um antigo, consertá-lo e alterá-lo de acordo com o próprio gosto depois vendê-lo (já de olho em outro veículo) não tem idade mínima para começar.


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