Folha de S. Paulo


Pioneiro em aerodinâmica

NA DÉCADA de 1920, os carros não eram nada aerodinâmicos: todos se assemelhavam ao mítico Ford modelo T. Eram caixotes, de para-brisas verticais ainda muito próximos do seu ancestral, a carruagem a cavalo.

Um dos primeiros carros de produção com formas mais fluidas foi o Chrysler Airflow, em 1934. O Fusca surgiu nessa época também, em 1938.

Um dos projetos mais extremos visando a melhor forma aerodinâmica foi o Dymaxion, criado em 1933 pelo arquiteto, designer e inventor americano Buckminster Fuller (1895-1983), conhecido por ser o pai das cúpulas geodésicas, estruturas muito leves e com grande resistência.

Fuller perseguia formas matemáticas ideais. Ele se inspirava na natureza em busca de estruturas com menor uso de material e maior eficiência possível.

Seu Dymaxion era um veículo de três rodas com tração dianteira, movido por um motor central Flathead Ford V8. A direção era feita pela única roda traseira, o que possibilitava o carro girar em pequenos círculos. Era possível levar 11 pessoas, e um periscópio montado no topo do carro dava a visão traseira.

Fuller dizia que, graças à sua aerodinâmica, o veículo fazia 15,3 km/l e chegava a 206 km/h.

Devido à direção na roda de trás, era dificílimo guiá-lo. Em altas velocidades, a traseira tendia a perder tração, deixando o carro desgovernado.

Ele produziu somente três protótipos do seu Dymaxion. No seu lançamento, na Feira Mundial de Chicago, em 1933, o carro se chocou com o automóvel de um político, matando seu piloto e ferindo gravemente os ocupantes.

A tragédia manchou para sempre a imagem do Dymaxion, mesmo não sendo culpado pelo acidente. Isso o impediu de ser mais do que um experimento.

Na década de 1930, tudo mudou. Com as pesquisas do húngaro Paul Jaray e do alemão Edmund Rumpler, os carros começaram a avançar na aerodinâmica


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