Folha de S. Paulo


Rali de regularidade

SEMPRE QUIS, mas nunca havia participado de um rali de regularidade de veículos históricos -talvez pelo temor de rodar centenas de quilômetros em um carro antigo que já pifou antes mesmo de sair da garagem.

Só a palavra rali já dá medo. A primeira coisa que vem à cabeça são carros preparados fazendo "drift" em sinuosas estradas de terra, enquanto a multidão grita por mais velocidade.

Na verdade, o rali de regularidade não tem muita coisa a ver com o de velocidade.

Para começar, você perde se andar muito rápido. Se for muito lento, também. É um passeio cronometrado.

Pouco antes do início da prova, uma equipe formada de piloto e navegador recebe o livro de bordo com instruções do trajeto a ser cumprido.

O livreto traz ícones representando pontos na estrada como lombadas, pedágios e placas. Há ainda a velocidade média, a distância e os tempos ideais ponto a ponto.

Vence quem fica mais próximo do indicado, o que significa também não errar o caminho.

Participei do rali de comemoração de 90 anos da fabricante MG, organizado pelo MG Clube do Brasil. Mesmo indo sem navegador, foi muito divertido.

Dirigir pelo prazer de dirigir durante quatro horas, entre grandes rodovias e estradas vicinais cheias de curvas em um carro fabricado há 46 anos e acompanhado por outros 20 carros antigos foi uma experiência memorável.

Sozinho, fui com um olho na planilha e o outro na paisagem. Em um dado momento, desisti do livreto e passei a seguir o carro à frente. Escolhi justo o veículo que chegou em último.

Meus amigos Goi Cacciatore e Wagner Filho estavam mais empenhados. Em um Mini Cooper S 1967, conquistaram o segundo lugar, mas tomaram até uma multa por velocidade para ganhar um tempo perdido em outro trecho.

No próximo rali, levo um navegador e dirijo para ganhar, não só para passear.


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