Folha de S. Paulo


Um Porsche com pedigree

HÁ DUAS semanas, aconteceu na Fazenda Boa Vista (a 100 km de São Paulo) o maior encontro de Porsches da América Latina.

Ainda em sua terceira edição, o prestigio do evento aumenta a cada ano.

Ele já é considerado por muitos antigomobilistas como uma versão brasileira do Pebble Beach Concours d'Elegance, o festival de carros raros e antigos que acontece anualmente na Califórnia, Estados Unidos.

Comemorando o aniversário de 60 anos dos modelos Carrera e Speedster, o encontro brasileiro reuniu diversos Porsches, novos e antigos.

Entre tantos carros bacanas, encontrei o Speedster 356A 1957 de Bruno Maia Rosa, 27 anos.

O carro pertenceu a Ferdinand Anton "Ferry" Ernst Porsche, filho do fundador da marca, Ferdinand Porsche.

Rosa me contou que o carro veio parar no Brasil por meio do lendário piloto paulista Christian "Bino" Heins, que correu pela equipe Porsche na Europa, entre 1957 e 1960.

Como Heins era grande amigo de Ferry, conseguiu comprar o Speedster, que seria o protótipo do modelo lançado no ano seguinte, e importou o carro para o Brasil, no começo dos anos 1960.

Entre as décadas de 1960 e 1980, o carro teve diferentes donos. Em 1981, foi exposto durante o 1º Salão do Carro Antigo, no Pavilhão da Bienal.

O pai de Bruno visitava a exposição e ficou louco pelo Speedster, a ponto de ligar frequentemente para o dono do veículo a fim de tentar convencê-lo a vender o carro.

No fim das contas, a insistência deu certo: o Porsche está há 33 anos na família.

Para comprovar que o carro pertenceu a Ferry Porsche, a família conseguiu acesso ao inventário contábil da fábrica de Stuttgart.

Nos arquivos, estava o documento que confirma o nome do famoso primeiro dono do Speedster, cuja cópia é orgulhosamente guardada por Rosa.

Denis Cisma/Folhapress
LEGENDA
Bruno Maia Rosa, 27, e o Speedster 356A 1957 que fora de Ferry Porsche

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