Folha de S. Paulo


Teia mundial de games (ou dicas de jogos no browser)

Não é como se me faltassem jogos a serem experimentados em diversas plataformas, mas às vezes também é divertido procurar por criações interessantes que rodam direto no browser.

No Carnaval, resolvi matar as saudades de "Pandemic 2", que muito me ajudou na arte de procrastinar lá pelos idos de 2010, e acabei fuçando um pouco em outros jogos para descobrir coisas divertidas. Aqui vão três delas, e por último o simulador de catástrofe que deu origem à empreitada:

"Cake monsters"
- Produzido em Puzzlescript por Matt Rix, é um dos exemplos mais bem-sucedidos de "puzzle" criado com essa engine open source e muito fácil de usar. O objetivo não poderia ser mais simples: o jogador controla em paralelo monstros coloridos que precisam comer bolos para passarem à próxima fase. Mas cada monstro só pode comer bolos de sua própria cor, e quando dois ou mais monstros se encontram viram uma única criatura pixelada e colorida em outro tom. Graças à movimentação simultânea, essas regras criam um jogo de complexidade gradual, que recompensa o raciocínio tático.

"Clockwork cat"
- O senso de urgência é permanente neste jogo curtinho mas cativante, criado em 48h por Patrick Traynor para o Ludum Dare: contando apenas com uma chave inglesa e sua limitada agilidade felina, um gatinho branco deve vencer obstáculos cada vez mais complexos enquanto impede um relógio - eternamente no plano de fundo, como o olho ameaçador do tempo - de chegar à meia-noite. "Platforming" básico tornado mais rico com a introdução de um elemento simples, merece uma versão estendida.

"Candy box 2"
- Com gráficos em puro ASCII (caracteres de texto), de início parece apenas um exercício de absurdo: um contador registra a quantidade crescente de doces disponíveis ao jogador, que pode ir realizando diversas ações com eles. Primeiro coisas simples, como comer ou jogar no chão. Surgem rudimentos de interface até que um mapa se revela e, a partir dele - sempre tendo o contador de doces como base - se delineia um RPG clássico e cheio de detalhes. Uma experiência inusitada e divertida, que recompensa paciência e curiosidade e que fatalmente culmina na ruína total de quaisquer outros planos para o final de semana do jogador. (Você foi avisado).

"Pandemic 2"
- Lançado em 2008, na velocidade paralela que rege a web já teve tempo de se tornar um clássico. Aqui o objetivo não tem muitos rodeios: destruir a humanidade. Para isso o jogador escolhe se vai controlar um vírus, um parasita ou uma bactéria e e em seguida coloca em prática sua estratégia de genocídio. Quanto mais rápido o homo sapiens sapiens escorrer pelo ralo, melhor a pontuação. É importante caprichar na letalidade sem chamar atenção cedo demais, para evitar que os humanos desenvolvam alguma medida que impeça sua obliteração. Existe também uma versão atualizada para iOS, "Pandemic 2.5", mas esta versão em Flash é a experiência tradicional.


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