Folha de S. Paulo


O que são cidades modernas?

À medida que o mundo evolui, seja do ponto de vista tecnológico ou social, mudam os conceitos de modernidade e, muitas vezes, não fica claro em qual contexto a ideia de "moderno" pode e deve ser usada quando se fala em cidades.

Se examinarmos a etimologia da palavra "cidade", veremos que ela tem sua origem na palavra latina "civitas", que significa reunião de cidadãos. Porém, o conceito de reunião mudou ao longo do tempo.

Uma cidade grega pré-helênica tinha uma população não maior do que 5.000 pessoas. Em uma grande cidade provincial romana, a população não passava de 20 mil habitantes. Hoje, nossas grandes cidades reúnem milhões de pessoas.

Seguramente, as diferenças de tamanho requerem estruturas distintas de funcionamento e conduzem a dinâmicas diversas de vida. Da mesma forma, a organização política e social deve sofrer ajustes. E, acima de tudo, o cidadão, que nos grandes centros urbanos se mostra uma criatura radicalmente diferente, deve ter seu ambiente adaptado.

Há uma forte tendência de que as cidades modernas tenham populações cada vez maiores. Em sua matriz de desenvolvimento, devem ser considerados, portanto, os aspectos relacionados à sustentabilidade, a fim de incluir adequadamente novos e eficientes modelos de transporte, além de espaços inovadores para a vida urbana.

Entretanto, nem só de estruturação física e política viverão as cidades modernas. Devemos lutar para que elas sejam marcadas por uma significativa evolução da sociedade, garantindo uma verdadeira universalização da saúde e da educação. Há de acontecer uma revolução na relação entre seus habitantes, que conduza ao respeito mútuo, à equidade social e à total intolerância com atitudes antiéticas. Somente assim teremos cidades realmente modernas.


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