Speedy é um gato de 20 metros de altura. Ele brinca de esconde-esconde conosco no caminho para o parque. Aparece aqui, some por ali –nunca sabemos exatamente onde vai aparecer. Mas sabemos que em algum momento do trajeto ele nos brindará com sua presença imaginária.
Há dias em que ele solta raios pelas patas, em outros ele apenas ronrona –o que faz com que tudo a nossa volta trema como num terremoto. Há umas épocas mais agitadas, em que ele tem uma porção de armas e metralhadoras automáticas, dessas que infestam os desenhos animados de aventura. Essa é a parte da brincadeira que eu não entendo direito, mas aí, bom, eu sou adulta, né? Não entendo tudo.
Espero a ocasião em que Speedy resolva patinar conosco, vai ser uma loucura. Onde será que ele vai encontrar quatro patins tão grandes para caber em suas patas?
E será que ele usa algum tipo de equipamento de proteção? Não, acho que não precisa, afinal o cara é um gato, tem quatro patas, sabe se virar bem melhor do que nós, humanos bípedes e tontos. Costumamos patinar no parque Villa-Lobos, atrás da futura biblioteca. Será que o Speedy gigante cabe ali?
É capaz de ele sentar em cima do orquidário e dormir sob o sol mortiço do inverno, cansado de correr atrás de pequenos humanos sobre rodas. Esperamos ansiosos por esse momento.