Folha de S. Paulo


Acordaaaa!

As aulas voltaram há duas semanas, mas ainda estamos num ritmo de semiférias. Com esse calor danado, dá vontade de ficar como os gatos, morgando no sofá, à espera de qualquer microventinho que resolva soprar.

Neste ano, a escola começa mais cedo, e o pessoal de casa sofre um bocado com a mudança. Temos que acordar bem antes do horário da aula por conta de um probleminha do Benjamim.

Aliás, está aí uma coisa que eu não entendo (é bem provável que eu não entenda porque sou adulta, antes, quando criança, eu devia entender direitinho): Como é que pode a mãe ter que ficar cinquenta e nove mil, quinhentas e setenta e sete vezes chamando o filho para fazer coisas que, em tese, seriam supersimples?

Andres Sandoval
coluna clarice reichstul. Andres Sandoval (crédito)

Porque é acordar, vestir cueca, bermuda e camiseta, calçar o chinelo de dedo, tomar um copo de leite gelado com Ovomaltine, escovar os dentes, fazer xixi e dar no pé.

Venhamos e convenhamos que dava para resolver essa questão toda em apenas 15 minutos, mas levamos o dobro ou até mesmo o triplo do tempo por conta da lenga-lenga.

Já inventei uma porção de subterfúgios para resolver a questão: dormir mais cedo (funciona!), cortar a televisão de noite (funciona!), despertador para o Benja (não funciona!), tocar música de manhã (não funciona!), apostas e presentes (não funciona!).

Por enquanto, o que funciona mesmo é acordar mais cedo, ô dureza!


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