Folha de S. Paulo


Gatos na fazenda

Mais ou menos um mês após a chegada do Groucho, que é laranja, veio o Speedy, o gato preto do Benjamim.

Miúdo e magrinho, já chegou fazendo confusão com o outro habitante felino da casa. Depois da batalha pelo território, os gatos fizeram as pazes e começaram a se enturmar.

No fim, eles tiveram que vir para a Bocaina (região entre São Paulo e Rio) na última hora, para a minha apreensão e felicidade felina.

Nas férias na fazenda, todo dia é dia de folia dos gatos. É que gato da cidade, quando vai para o mato, refestela-se. Ainda mais quando pequenininho.

Eles começaram tímidos, detestaram a viagem presos na gaiola apertada e, quando saíram, não entenderam muito o que estava acontecendo.

Mas isso tudo já é passado remoto, puro 2013. Hoje eles caçam besouros e formigas, não têm mais medo dos cachorros que sorrateiramente tentam roubar sua comida nem têm medo da cerca e das árvores. Eles aprenderam a subi-las com maestria, agora só falta aprender a descer. Da última vez, tive que subir na árvore para resgatar o Speedy, que não conseguia achar o caminho de volta.

A vida dos gatos por aqui é uma maravilha: rolam na grama, passeiam pelo pasto atrás das ovelhas, exploram buracos e territórios desconhecidos.

Acho que, na volta para a cidade, vão sentir saudades do mato. Nós, com certeza, vamos sentir saudades de vê-los tão livres e felizes.

Andrés Sandoval

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