Folha de S. Paulo


Natal fresquinho

E de novo lá vem a famigerada coluna de Natal. É a minha segunda, e eu já me encontro sem ter o que dizer.

Neste ano, passarei a data sem o Benja, que vai com o pai para Belo Horizonte. Ficarei aqui, me dividindo entre as festas da casa do meu pai e da casa da minha mãe. Decidi que não tem presentes para ninguém. Pelo menos não dos comprados, todos serão feitos por aqui mesmo.

Cansei do Papai Noel da avenida Paulista, da árvore de Natal gigante do Ibirapuera e de todas essas atrações natalinas em shoppings e em centros comerciais da cidade.

Andrés Sandoval

Acho que cansei da obrigação de dar presente, dar caixinha, peru e panetone a torto e a direito. Também cansei da mania de todo mundo querer se encontrar antes do fim do ano, como se o mundo fosse acabar naquela data.

E por que é que, com esse nosso calor senegalês de verão, o Papai Noel insiste em aparecer com aquele pijama quente, cheio de pelos e peles, com as coitadas das renas, que visivelmente não estão em seu habitat natural?

Ele ia ser muito mais contente se pudesse usar um bermudão, camisa sem manga -uma regata até! Pô, gente, dá um tempo para o Papai Noel! Com essa trabalheira toda e ainda usando essa roupa infernal?!

Faço votos de um Natal fresquinho, com bastante água de coco, beijos e abraços e menos neve de isopor, afinal, ninguém aqui é bobo...


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