"Não furtaram só o silicone. Furtaram meu segredo, minha vida pessoal", diz a loira de meia-idade, vestido de oncinha que deixa entrever as alças do sutiã, andando de um lado para o outro na sala de espera de um cirurgião plástico na Bela Vista.
O medo dessa empresária de 45 anos é que suas amigas e empregados saibam que, as "férias" que ela tirou em maio de 2014, na verdade foram para implantar próteses de 300 ml em cada seio.
Uma das maiores importadoras de silicone do Estado, a Andema Comercial, em Mauá, foi assaltada. Além de 30 pares de implantes mamários de silicone, os ladrões levaram um computador com os nomes dos médicos que compraram os produtos, e a maioria da identidade das pacientes.
| Marcelo Justo/Folha Imagem |
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| Mulher posa com próteses de silicone |
O furto ocorreu 3 meses atrás. Médicos e pacientes ficaram sabendo que as informações estão em mãos incertas nas últimas semanas. Há cerca de dez dias, um grupo com sete donas de casa, quatro empresárias, uma psicóloga e uma atriz decidiram consultar um advogado. Queriam processar o detentor das informações, e dizem que irão à Justiça ainda em julho, procurando compensação.
"Isso é negligência no uso de informação íntima. Nós merecemos ser indenizadas", diz a atriz, de 33 anos. "Essa informação vai vazar. Na melhor das hipóteses, vamos começar a receber propagandas de outras marcas de implante ou outros médicos. Na pior, os nomes podem vir a público e nosso sigilo vai acabar", diz uma psicóloga de 44 anos e 200 ml de silicone em cada seio.
"Não acho que elas precisam se preocupar com isso. Seria difícil para os ladrões encontrarem essas pacientes, porque só tem o nome delas, não tem número de telefone ou nenhuma outra forma de contato", diz Kresimir Richtmana, 72, o dono da empresa.
Segundo o empresário, o registro das mulheres siliconadas era feito porque a Anvisa "pede uma tabela com o tamanho da prótese, o número de série e para onde ela foi". A Anvisa afirma que só aconselha os importadores a ter o nome dos médicos que compraram próteses, não de pacientes.
A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica afirma que a empresa não é sua associada e, por isso, "cabe à polícia investigar o que ocorreu". "Ele vai ter que responder para a gente na Justiça", diz a empresária de vestido de oncinha, de peito cheio.
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QUALQUER NÚMERO
R$ 30 milhões
É o valor que a Fundação São Paulo, mantenedora da PUC paulistana, concordou em pagar à Apropuc, associação que representa mais de 500 professores. A soma foi acumulada desde 2005, quando o reajuste anual de 7,66% não foi incorporado ao salário dos docentes.
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CUBA FICA NOS JARDINS
Cuba pôs um pé em São Paulo. Inocente Núñez Blanco, um dos chefes da Corporación Habanos, que exporta os charutos da ilha, veio a São Paulo conhecer onde são vendidos por até R$ 300 cada um. "Cuba se prepara para aumentar a área de plantio e a produção, em 20%", diz Fernando Teixeira, da Emporium Cigars, que ciceroneou a visita.