Folha de S. Paulo


Criadores dizem que matarão 30 mil chinchilas por causa de lei contra pele

O projeto de lei 616, que proíbe a criação e manutenção de animais com o intuito de usar sua pele, ainda precisa ser aprovado ou vetado pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), mas já tem reflexos práticos.

Criadores de chinchila, uma das poucas espécies das quais só se aproveita o pelo, e portanto enquadrada no projeto de lei estadual, começaram a abater animais antes de saber se seu ofício se tornará ilegal.

Uma fazenda de Sorocaba, no interior de SP, afirma ter matado 1.500 fêmeas na quarta (8). O período de reprodução começou em setembro. Então, há a possibilidade de alguns animais estarem prenhes.

"São quase 30 mil chinchilas que vão morrer por causa dessa lei", diz Carlos Peres, 70, presidente da Achila (Associação Brasileira dos Criadores de Chinchila Lanígera). A entidade congrega 600 criadores e um plantel de 50 mil animais em SP.

A afirmação não é para pressionar o governo a barrar o projeto de lei, afirma o peleteiro. "O projeto vai ser aprovado. Acabou para nós."

O escritório da associação, que funcionava no parque da Água Branca, foi esvaziado nesta semana.

Após a morte dos animais, suas peles são guardadas para irem a mercado após uma eventual aprovação da lei. "O preço vai aumentar. Se hoje cada pele custa US$ 60 [cerca de R$ 140], vai dobrar."

Por que não vender os animais como bicho de estimação? "Não tem mercado", diz o presidente da associação. "Eu sei que sou carrasco, sou assassino, me colocam rótulos. Eu gosto de animal. Posso matar chinchila, mas tenho 35 cachorros", diz Peres, que se queixa de não ter sido ouvido para a redação do projeto.

"É muito triste que isso esteja ocorrendo. Mas esses animais estavam sendo criados para serem mortos", diz o deputado estadual Feliciano Filho (PEN), autor da lei.

"Essa atitude é ridícula. É lógico que, para não perder dinheiro, eles vão matar tudo em vez de doar os animais para terem um outro fim", diz Gabriela Toledo, fundadora do Projeto Esperança Animal.

"Quem tem parcela de culpa são as madames. Comprar pele é colaborar com isso", afirma Toledo, que já protestou contra o uso de peles durante uma São Paulo Fashion Week.

O governador tem até 28 de outubro para sancionar a lei ou vetá-la. O governo do Estado diz que não comenta projetos em avaliação.

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QUALQUER NÚMERO

R$ 705.000
É quanto custa o relógio de titânio L'Astronomo Luminor 1950, que mostra os horários do nascer e do pôr-do-sol e tem o mapa do céu como fundo. A peça só é feita por encomenda, mas pode ser vista na mostra "The Face Of Time", que fica até 29 de outubro no shopping JK Iguatemi.

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SIM, NÃO E UM TALVEZ

Roberto Leal concretiza agora um projeto que começou a bolar 40 anos atrás, quando Jair Rodrigues o levou conhecer o samba carioca. O cantor português de 62 anos grava na quarta (16), no Terra da Garoa, o DVD do show "Obrigado, Brasil", em que canta quebrantos com Alcione e Raça Negra.

Fabiano Accorsi - 14.abr.1999/Folhapress
Roberto Leal em 1999, quando foi o português mais lembrado do Brasil em pesquisa Datafolha
Roberto Leal em 1999, quando foi o português mais lembrado do Brasil em pesquisa Datafolha

A Gloria Kalil disse que o Justin Bieber tem uma imagem similar à sua. Concorda?
Talvez

Tem mesmo uma casa em Alphaville e outra em Portugal?
Sim

O Chacrinha perguntou para você se era pandilheiro [um jeito português de dizer gay]?
Sim

E o que você respondeu?
Não

Ficou pê da vida com a versão boca-suja que os Mamonas Assassinas fizeram do "Vira"?
Sim

Mas depois aprendeu a gostar da versão?
Sim

Cogitou processar a banda por direitos autorais?
Não

Te dá frio na barriga cantar samba?
Sim

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UM SÓ PRATO, VÁRIOS RESTAURANTES

Paulo Pampolin/Hype/Folhapress
Entrecôte, bife com molho e fritas, do restaurante Entrecôte de Paris
Entrecôte, bife com molho e fritas, do restaurante Entrecôte de Paris

O nome é "entrecôte", mas pode chamar de bife com molho. O prato é o único no menu de dois restaurantes, que cobram de R$ 50 a R$ 80.

O Entrecote d'Olivier, que nasceu há cinco anos no Itaim Bibi, abriu uma filial na alameda Lorena há um mês. A escolha do prato único, diz o apresentador Olivier Anquier, veio para divulgar o modelo de restaurante monoprato, que existe há séculos em Paris.

Já o Entrecôte de Paris, dos Jardins, abriu há dias unidade no shopping Market Place. "Demora mais de 21 dias para maturar a carne", diz o gerente, Oliveira.

Dois concorrentes, com mais de 30 pratos principais em seus menus, acusam o conceito de ser só preguiça. "É mais prático, mas requer mais cuidado", diz Oliveira.

Anquier defende a ausência de escolha com a força de um coxão duro: "Tenho as qualidades para fazer um cardápio inteiro. Já tive restaurante. Com um só prato, não temos direito ao erro. Não dá para tirar da reta".


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