Folha de S. Paulo


Quebra tudo

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A primeira batalha, Lucas nunca a esqueceu: ele tinha 14 anos quando se preparou para dar show numa balada em Franco da Rocha. Calculou o giro, o movimento ritmado dos pés, a contorção de cada músculo do corpo a circular com o apoio das mãos no chão. Mesmo assim, naquela noite quente de 2007, acabou desdenhado pela turma do hip-hop. Prometendo dar a volta por cima, o rapaz não perdeu o charme: saiu do baile consolado por uma "mina".

Hoje, aos 22 anos, Lucas pode ser considerado um autêntico "b-boy", nome de quem pratica o "break'', dança que representa um dos três elementos do hip-hop, junto com o rap e o grafite —o termo "b-boy", abreviação de "break boying", foi criado e disseminado no Bronx, bairro negro e hispânico de Nova York.

A maior batalha, porém, está por vir: Lucas Messiano de Souza ainda não conquistou campeonatos importantes como o fez seu colega Michael Nunes de Oliveira, 30, o Aranha, que, há 15 anos, descobriu, ao som de "Sex Machine", clássico de James Brown, o que a dança lhe reservava. Transformou o "break" em profissão: virou professor da matéria. Foi para a França, a Alemanha e a Coreia do Sul, entre outros países, representar o Brasil em batalhas, competições entre "b-boys" que começaram como disputas entre gangues naquele Bronx dos anos 1970.

O combate ocorre entre grupos dispostos frente a frente. Vence quem dançar melhor, segundo juízes. Lucas e Michael estão entre 250 participantes do Brasil e do exterior do Breaking Combate nos próximos dias 16, no Parque Shopping Barueri, e 17, no centro de eventos de Osasco.

Para os organizadores, Eder Deveza, 32, e Lana Oliveira, 25, levar o "break" a locais como esses ajuda a diversificar o público e a promover a dança de rua à categoria de arte.

A tarefa exige esforços, Lucas bem o sabe. Criticado pela família por praticar o "break" —coisa de "noia", nas palavras da mãe, evangélica—, o moço espera trocar aquelas imagens da balada na periferia por outra: a do caminho ao pódio.

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DIA DE DOMINGO

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Próspero Albanese, 63, a voz do Joelho de Porco, cantor, compositor, advogado e solteirão. Vila Mariana

MANHÃ
De madrugada, ouço lá fora: 'runn, runn, trok... Você trouxe o abacaxi?'. É dia de feira. Em casa, minha mãe velhinha recebe um canecão de leite com café bem quentinho.

TARDE
Depois do pastel de feira, almoço em família no Strudel-Haus, restaurante em São Roque, para saborear um joelho de porco.

NOITE
Trabalho nas minhas peças forenses e nos meus projetos musicais. Ouço The Beatles, Paul McCartney, Led Zeppelin e me programo para caminhar no Ibirapuera na segunda.

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MEU LOOK É ASSIM...

... "Minimalista, mas sempre com alguma bossa. Pode ser uma meia colorida, um lenço de bolso, um sapato, um corte de cabelo. Visto-me com alfaiataria clássica 90% do meu tempo, como os homens se vestiam nos anos 1950, só que com uma pegada supercontemporânea."

Alexandre Won, 34, alfaiate. Morumbi

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