Folha de S. Paulo


Sinfonia do Monge

Domingo era dia de missa na capela da fazenda da família de Ezequiel Vinicius, nas cercanias de Unaí, cerrado mineiro. Reza feita, o então garoto se deliciava com os discos clássicos da tia. Quando ouviu "Fantasia e Fuga sobre o Tema Bach", do húngaro Franz Liszt, percebeu que a música seria sua companheira. Do alto de seus oito anos, avisou: "Quero aprender a tocar órgão".

A 40 km dali, na igreja Nossa Senhora do Carmo, no centro da cidade, havia um harmônio abandonado. Diante da determinação do menino, o padre lhe emprestou o instrumento. Vinicius providenciou logo o conserto e passou a tomar aulas. Assim nascia o organista.

Neste domingo de Páscoa, será ele quem estará à frente do órgão de 6.000 tubos do Mosteiro de São Bento, no coração de São Paulo. O instrumento, de fabricação alemã, chegou à capital em 1954. É um dos mais tradicionais do Brasil. Fica no lado esquerdo do transepto da basílica Nossa Senhora da Assunção, sustentado por duas grandes colunas talhadas em carvalho.

Vinicius, 26, é monge beneditino desde 2012. Formado em órgão pela Unesp com especialização em performance musical na USP, seu primeiro contato com o órgão do mosteiro deu-se quando o rapaz, então carmelita, virava as páginas da partitura para José Luís de Aquino, um dos maiores organistas do país, seu professor e também orientador.

Diariamente, o monge toca duas vezes: na missa das 7h e nas vésperas das 17h30. Variado, o repertório inclui o barroco francês de nomes como François Couperin e Louis Marchand, as batalhas ibéricas, os compositores anônimos do século 16 e, é claro, os titulares da música clássica, como Johann Sebastian Bach.

"Procuro peças condizentes com cada momento da cerimônia religiosa", diz. "No ofertório, por exemplo, toco os franceses. No fim da missa, batalhas ibéricas, às vezes, acompanhadas pelo rufar de tambores."

Ele explica ainda que esse som é obtido por meio de uma dissonância no registro grave dos pedais. Uma sonata, em especial, a quarta do pianista, maestro e compositor alemão Felix Mendelssohn, faz o monge, num estado litúrgico, deixar as suas mãos percorrerem os teclados, enquanto sua mente viaja em direção à capelinha rural de Unaí. "Fico bastante emocionado ao me lembrar das pessoas que passaram pela minha vida até eu chegar aqui."

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NÃO QUERO NEM COMO VIZINHO

"A Beatriz Marcondes Amaral (Glória Pires). Se já perdemos a conta de quantos homens ela seduziu, usou e abusou, imaginem o estrago que a Bia, de 'Babilônia', faria na vizinhança. Poderia se aproximar do meu marido e, para o meu desespero, deixar as contas para eu pagar. Tenho medo daquela mulher!"

Sandra Salatini, 51, administradora de empresa, Alto da Lapa

Alex Carvalho/Divulgação
A personagem Beatriz, interpretada por Glória Pires
A personagem Beatriz, interpretada por Glória Pires

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NUMERALHA

43 anos
é a idade média dos taxistas de São Paulo, segundo pesquisa da 99Taxi

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Zanone Fraissat/Folhapress

DIA DE DOMINGO

Caco Ciocler, 43, ator. Pompeia

MANHÃ
Não sei exatamente por que estou dormindo.

TARDE
Não sei exatamente por que é difícil decidir onde almoçar e nunca tem lugar para estacionar nesta cidade.

NOITE
Não sei exatamente, mas sempre termino o domingo montando Lego!

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MEU LOOK É ASSIM...
..."Ele é desconcertado. Não gosto de nada certinho."

Cátia Cilene, 45, cabeleireira. Vilaboim

Lucas Lima/Folhapress
Cátia Cilene, 45
Cátia Cilene, 45

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