Folha de S. Paulo


Colecionador de bilhetes

Edson Motta pode errar por pouco o número de catracas que existem na estação Vila Mariana ou passar de raspão pelo ano de fabricação de um trem que se aproxima da plataforma na parada de Santa Cruz, mas as chances de acertar superam qualquer expectativa quando o assunto em jogo é a história dos bilhetes do Metrô de São Paulo, onde ele trabalha desde 1979. Se, de início, o que mais lhe chamou a atenção foi a diversidade dos usuários do serviço, não demorou muito tempo para que seu interesse mudasse de foco.

Sempre de olho nas catracas, ele se daria conta de que as características dos bilhetes mudavam com frequência. Resolveu, então, juntá-los. O resultado de 36 anos de trabalho pode ser apreciado em sua coleção de 140 bilhetes nacionais e 25 internacionais, bem como nos mapas de linhas e estações mundo afora.

Felipe Gabriel/Folhapress
Edson Motta, colecionador de bilhetes do metrô
Edson Motta, colecionador de bilhetes do metrô

As primeiras entradas da compilação trazem no verso o slogan criado durante o governo militar em tempos de redução na produção de petróleo: "economize gasolina".

Em suas primeiras férias, em 80, Edson juntou uma grana, comprou um fusquinha e cruzou a Dutra rumo ao Rio. Praias, Pão de Açúcar, Cristo Redentor, nada disso o fascinava tanto quanto o então recém-inaugurado metrô carioca. Da cidade maravilhosa, trouxe fotos, lembranças e um bilhete de 12 viagens.

Há ainda ingressos desenvolvidos para algumas linhas como a "Clínicas-Sumaré-Vila Madalena" e a Lilás, mas a preciosidade é uma sequência de sete bilhetes comemorativos, lançados por ocasião dos 450 anos de São Paulo, cujo verso era estampado com fotos históricas de trens. Para consegui-los, lançou mão de uma estratégia: como os tíquetes valiam dez viagens, ele identificou um grupo de usuários e combinou com eles a troca por um bilhete unitário logo após a nona delas.

A coleção conquistou amigos e colegas, que passaram a presenteá-lo com bilhetes e mapas de estações do Metrô de vários países do mundo. Graças a eles, Paris, Roma, Lisboa, Madri, Londres e Nova York já pertencem ao seu roteiro, ainda que ele nunca tenha visitado essas cidades.

Edson aproveita para fazer um apelo: quem tiver um bilhete de trem ou metrô de qualquer canto do planeta poderá contribuir para a sua coleção. Basta procurá-lo na estação Santa Cruz, onde ele é supervisor. "Ficarei eternamente lisonjeado."

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NÃO QUERO NEM COMO VIZINHO

O senador Renan Calheiros (PMDB-AL). Na hora "H" de uma reunião com os condôminos, ele pode facilmente dar um bolo, sumir, escafeder-se. Ainda vale a pena lembrar que o senador retalia aliados. Será que esses já são motivos suficientes para colocá-lo numa lista?

Tarcisio D'Almeida, 42, professor universitário. Santa Cecília

Fernando Bizerra Jr./Efe

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NUMERALHA

18.530 km
é a distância que a Hello Kitty de quimono percorreu para chegar à mostra de 40 anos que ocorre no shopping Frei Caneca até o dia 22 deste mês

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DIA DE DOMINGO

Patrícia Pierro/ Divulgação

Reginaldo Lincoln, 28, músico e compositor da banda Vanguart.

MANHÃ
Acordo perto das 10h, vou à feira da alameda Jauaperi, em Moema, como meu pastel especial recheado com carne, ovos, azeitonas, queijo, presunto. Compro as verduras para a semana e quase sempre me enrosco na barraca das plantas procurando novos ares para a sala de casa.

TARDE
Ainda no regime de engorda, quase sempre vou filar a boia na casa da sogra, que só fica feliz quando o prato está bem limpinho. E, para continuar o programa família, no final da tarde, vou ao Theatro São Pedro, na Barra Funda, ver o meu cunhado tocar na orquestra, que se apresenta todos os fins de semana.

NOITE
Já em casa, gosto de tomar umas no sofá, assistir a filmes, cantar e tocar violão. Não necessariamente nessa ordem.

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MEU LOOK É ASSIM...

... "Básico-chique. Sempre procuro incorporar ao meu look algo que tenha uma pegada diferenciada com um toque de moderno."

Carol Scaff, 30, apresentadora. Itaim Bibi

Felipe Gabriel/Folhapress

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