Folha de S. Paulo


Não deixe que seus filhos se apeguem ao que eles não precisam ter

Qual foi a última vez que você tirou uma tarde de sábado para separar roupas, sapatos e acessórios que não usa mais para doar? Aliás, quando você compra uma roupa nova, tem o hábito de imediatamente checar se há algo no armário encostado por muito tempo e que pode ser doado a alguém?

De modo geral, nós somos constantemente estimulados a acumular sempre mais, ainda que não tenhamos necessidade de usar tudo ao mesmo tempo. O desapego só aparece com mais facilidade quando há possibilidade de tirar proveito disso, como por exemplo dar o carro atual como entrada para a compra de um novo.

Essa falta de postura crítica a respeito da forma como consumimos pode acabar sendo repassada para as crianças desde bem cedo. A data do Dia das Crianças vem com uma inevitável enxurrada de pedidos dos brinquedos mais diversos. Os lançamentos, aquele brinquedo que o amiguinho da escola já tem e a criança também quer, enfim, é difícil colocar freios neste momento.

Mas existe uma situação que você já deve ter presenciado em família. Por mais que o sorriso estampado no rosto da criança quando ela abre aquele presente enorme seja a prova de que ela ficou feliz, basta pouco mais de dois meses para que o brinquedo já não seja mais o protagonista da diversão. Afinal, ainda tem o Natal e o objeto de desejo já é outro.

Assim como nós fazemos com várias camisas e calças similares ocupando espaço no armário, com aquele celular encostado na gaveta enquanto um novo já está sendo parcelado, as crianças não sentem a necessidade de se desfazerem de brinquedos parados no quarto. De certa forma, elas apenas reproduzem um comportamento adotado pelos mais velhos.

Esse tipo de postura de desapego precisa ser incentivada em casa, estimulada nas crianças para que elas não se tornem pessoas acumuladoras no futuro. Se o Dia das Crianças será uma data para ganhar um novo brinquedo, este é o momento de selecionar um usado, em bom estado, para doar a quem não tem condições de comprar.

Mais do que ensinar esse exemplo, adote você também uma postura de consumo consciente e envolva a criança neste processo. Analise com frequência o que você usa e o que não precisa mais, chame a criança para participar com você e oriente-a a fazer o mesmo com os pertences dela.

Post feito em parceria com Karina Alves, editora do site Finanças Femininas


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