Folha de S. Paulo


É possível que os produtos importados já estejam mais baratos no Brasil?

Quando um amigo ou parente está com viagem marcada para os Estados Unidos, uma situação é bem comum: as encomendas de produtos importados.

Eletrônicos, roupas e acessórios de marcas estrangeiras, perfumes, entre outros itens entram na listinha, com o objetivo de conseguir produtos com valores mais em conta do que os encontrados no Brasil.

De modo geral, a grande quantidade de tributos que incidem sobre esses produtos e as margens de lucro elevadíssimas praticadas no comércio colocam o preço do importado no país em situação de desvantagem em relação aos Estados Unidos.

Além disso, os produtos estrangeiros estão com tributação mais pesada desde maio, quando o governo aprovou a primeira etapa do ajuste fiscal -elevando, por exemplo, a incidência de impostos como PIS/Pasep e Cofins.

O que chama atenção agora é que a valorização da moeda norte-americana já faz com que alguns produtos importados tenham preços mais vantajosos no Brasil.

Uma camisa do time do Barcelona, por exemplo, pode ser encontrada por R$ 199,90 em loja on-line brasileira, enquanto o mesmo produto está à venda por US$ 68,99 no site da Amazon.

Considerando uma cotação de R$ 4,05 para a moeda -valor de fechamento para o dólar comercial no dia em que a pesquisa foi feita-, o produto sairá a R$ 279,40, diferença de 39%.

O tênis Springblade Drive, da Adidas, pode ser encontrado em lojas no Brasil por valores de R$ 703 a R$ 799. Na Amazon, o produto varia de US$ 65,80 a US$ 599,99 -ou seja, pode custar entre R$ 266,50 e R$ 2.429,95 na loja americana.

Os famosos batons da M.A.C, vendidos a R$ 69 no país, saem por quase o mesmo preço nos Estados Unidos: US$ 17 (R$ 68,85).

Encontrar preços melhores no Brasil, no entanto, não é necessariamente vantajoso.

A diminuição da diferença de preço dentro e fora do país só demonstra como a moeda brasileira está desvalorizada em relação ao dólar.

Além disso, é importante destacar também que os preços encontrados durante a pesquisa podem se referir a estoques já existentes no Brasil antes da disparada do dólar no últimos dias.

Para as próximas remessas, é bem possível que o valor dos importados suba por aqui também, tornando, novamente, os preços no exterior mais competitivos.


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