Folha de S. Paulo


Ganância e inocência dos internautas aumentam a fortuna dos golpistas

Os ditados populares podem até fazer parte de nosso cotidiano, mas com certeza não são assimilados da forma como deveriam. Aquela história de que "quando a esmola é demais, o santo desconfia", por exemplo, é um dito que costuma passar batido. Prova disso é a facilidade com que as pessoas caem em golpes na internet.

Dentre os mais comuns aplicados hoje em dia estão aqueles com os cupons falsos e o do e-mail com a notificação de encomenda.

O primeiro consiste em seduzir a vítima do golpe com a oferta de um cupom com valor elevado, que pode passar de US$ 500. O suposto benefício é dado depois que a pessoa preenche um formulário, compartilha a campanha e, em seguida, fornece dados pessoais. Para dar mais credibilidade ao golpe, os criminosos usam nomes de marcas conhecidas no mercado. Uma vez fornecidos os dados pessoais, o prejuízo é certo.

O segundo é bem parecido. Os golpistas mandam e-mails falando sobre a confirmação de uma encomenda e a mensagem tem um arquivo em anexo com o código malicioso.

No primeiro caso, o golpe nada mais é do que uma versão sofisticada do famoso "bilhete premiado". O segundo também é de gerar desconfiança, tendo em vista que o usuário facilmente desconfiaria de uma encomenda sem compra prévia ou sem aviso do remetente. É como receber uma carta-bomba, só que nesse caso ela explode em seu bolso.

Bom, se um lado dessa história conta com pessoas de má-fé buscando roubar dinheiro e informações de outras pessoas, na outra ponta existe alguém sem cautela arriscando-se facilmente. Desde pequenos aprendemos que nada na vida sai de graça. Sendo assim, não seria razoável imaginar que um cupom de US$ 500 é bom demais para ser verdade?

Antes de se deixar levar pelo impulso de se dar bem em uma situação, seja mais crítico e analise o contexto como um todo. Não confie em prêmios com cifras altas que aparecem de repente, cheque os remetentes de supostas encomendas em seu nome, não confie em notificações por e-mail ou mensagem de celular em nome de bancos ou órgãos públicos. As instituições não fazem contato desta forma justamente por medida de segurança. E mantenha-se atualizado sobre os golpes praticados com mais frequência, para evitar que você também entre para as estatísticas.

De um modo geral, as armadilhas são praticamente as mesmas, de tempo em tempo os golpistas somente atualizam as redes mais visadas e dão uma "repaginada" no golpe para conseguirem mais credibilidade. Lembre-se: a ambição excessiva pode fazer você passar papel de bobo. Enquanto isso, tem um esperto fazendo fortuna do outro lado.


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