Folha de S. Paulo


Pare de alimentar a sua dívida, é hora de renegociar

A pilha de correspondências na porta de casa traz as contas mensais fixas e, às vezes, um "lembrete" desagradável daquela dívida que está atrasada e acumulando juros. A cobrança é frequente, seja pelos Correios ou por telefone, mas você faz as contas e sabe que, do jeito que está, não vai conseguir se livrar da pendência tão cedo.

Levantamento recente do SPC Brasil e da CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) mostrou que quatro em cada dez brasileiros não vão conseguir pagar suas dívidas nos próximos três meses.

Além disso, 52% dos entrevistados na pesquisa justificaram que não pagam as dívidas em dia porque ela é muito superior aos ganhos mensais. De 2014 para 2015, o valor médio da dívida passou de R$ 4.000 para R$ 5.400. O valor representa duas vezes e meia a renda familiar mensal no Brasil.

Em outros termos, a pesquisa mostra uma bola de neve com potencial para crescer ainda mais. Portanto, se a sua situação financeira hoje se enquadra no que foi apurado na pesquisa, cruzar os braços só vai piorar o problema. Ainda que sua dívida pareça ser impossível de pagar, a saída é resolver a situação por meio de uma renegociação. Veja alguns pontos que podem ajudar a renegociar uma dívida com sucesso.

O RAIO-X DO ORÇAMENTO

Considere a tarefa como um marco para a mudança do seu comportamento financeiro daqui em diante. Discutir o orçamento e encontrar os gastos que estão pesando mais no bolso é uma tarefa que deveria fazer parte da rotina da família. É importante contar com os esforços de todos nesse momento para identificar as despesas mais pesadas e encontrar meios de economizar e quais os cortes podem ser feitos.

NÃO RENEGOCIE DE MÃOS VAZIAS

Com os cortes feitos no orçamento doméstico, você chegará à mesa do gerente com um valor de entrada para oferecer na renegociação. Isso demonstra boa vontade da sua parte. Do outro lado da mesa, a pessoa que está ouvindo terá muito mais disposição para chegar a uma proposta razoável se você, por exemplo, oferecer R$ 500 de entrada para uma dívida de R$ 2.000.

PRIORIZE AS DÍVIDAS MAIS CARAS

A pesquisa do SPC mostrou que as dívidas atrasadas no cartão de crédito foram citadas por 42% dos entrevistados. A cilada do pagamento mínimo da parcela atrai muita gente, mas é simplesmente um atalho para a dívida tomar proporções absurdas, tendo em vista que são os juros mais caros praticados no mercado. Foque no pagamento das dívidas com juros maiores para desafogar suas pendências.

Não negar a existência de uma dívida é o primeiro passo para que você possa vislumbrar uma solução. Levar a fio a segunda parte do ditado —pago quando puder— é um erro, pois não motiva a procurar uma saída. Não adie mais a renegociação da dívida e tire esse peso das costas.


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