Folha de S. Paulo


Como separar sua empresa de sua vida financeira pessoal?

Em tempos de crises e demissões, o sonhos de se tornar o próprio patrão ganha força. Uma pesquisa feita pelo Data Popular no final de junho mostrou que o número de brasileiros que querem se tornar empreendedores cresceu 22% em dois anos.

Em 2013, 23 de cada cem pessoas declaravam interesse pelo empreendedorismo. Neste, de cada cem pessoas ouvidas, 28 dizem que querem ter o próprio negócio. Em números absolutos, a pesquisa mostrou que 38,5 milhões de pessoas no país com mais de 18 anos têm a intenção de empreender em 2015.

Outros pontos interessantes que apareceram no estudo foram: 78% das pessoas que têm intenção de empreender já se preparam para abrir o seu negócio; 38% já pesquisam a área que desejam; 28% economizam dinheiro para o investimento, e 12% estão se aperfeiçoando em cursos e estudos.

Segundo o mesmo estudo, os principais motivos que levaram os brasileiros a ter interesse em abrir o próprio negócio são a possibilidade de ganhar mais, a possibilidade de crescer profissionalmente e a oportunidade de não possuir chefe.

Entendemos que os números apresentados são muito bem-vindos para a economia do país. Mas de nada adianta, nem para o empreendedor, nem para o país, se o empreendedor abrir o negócio e ele quebrar na sequência.

Um dos erros fatais cometidos pelos novos empresários é o de não separar o dinheiro da empresa dos seus recursos pessoais. Isso desorganiza o balanço da empresa, impede investimentos, prejudica a identificação de gastos em excesso e, definitivamente, expõe a empresa a uma crise financeira.

Por isso, o ideal é que o dono sempre estabeleça um pró-labore, uma remuneração pelo trabalho de administrar a empresa. Vejamos os principais passos:

  1. Você pode estabelecer o pró-labore fixo e uma porcentagem sobre as metas atingidas. Assim, a remuneração ficará mais justa. Porém, é recomendável estabelecer um teto, ou seja, um valor máximo que a sua empresa deve pagar a você.
  2. Por lei, não há valor mínimo nem máximo para o pró-labore, mas o INSS sugere que o proprietário do negócio garanta pelo menos um salário mínimo para si.
  3. O pró-labore e as eventuais comissões devem ser sempre transferidos para uma conta pessoal, que deve ser administrada separadamente da conta da empresa.
  4. Jamais utilize o dinheiro da empresa para pagar suas contas pessoais.

Endereço da página: