Folha de S. Paulo


Onde investir R$ 45 mil, sem risco, para obter bom retorno em 18 meses?

Para perfis de investimento mais conservadores, existem quatro modalidades de investimento de baixo risco com grande facilidade de acesso no mercado: poupança, CDBs, fundos DI e Tesouro Direto.

Todas as ferramentas são atreladas à taxa Selic, direta ou indiretamente, e por isso podem ser consideradas aplicações em renda fixa.

Pela maior facilidade de acesso, a poupança certamente é a modalidade mais popular do país, mas isso não implica, necessariamente, em riscos menores e, muito menos, em retornos melhores. Na realidade, o risco de todos os instrumentos é bastante similar, e a caderneta é a que tem desempenho pior.

CDBs e Fundos DI, por sua vez, apresentam, na grande maioria, retornos atrelado à taxa CDI (Certificado de Depósito Interfinanceiro), taxa pela qual os bancos emprestam entre si e que permanece sempre próxima à Selic.

O Tesouro Direto, finalmente, está diretamente relacionado com a Selic, já que o título Tesouro Selic remunera justamente a taxa Selic entre o prazo de aplicação e vencimento do título.

Pelas características dos emissores e pela rara possibilidade de insolvência dos mesmos, o risco de todos os instrumentos financeiros pode ser considerado baixo.

Porém, para oferecer garantias ainda maiores, a poupança e os CDBs são cobertos pelo FGC (Fundo Garantidor de Crédito), um fundo composto por bancos que assegura o pagamento de até R$ 250 mil em investimentos por CPF e por instituição no caso da falência do banco.

Uma vez definido o risco reduzido destas modalidades, é necessário avaliar a rentabilidade oferecida para os R$ 45 mil de aplicação ao longo dos 18 meses.

Antes, é importante seguir algumas premissas que definirão os retornos individuais. Usaremos uma taxa Selic média para o período, assumida em 13,75% ao ano.

A TR (taxa referencial), utilizada no cálculo da poupança, será considerada em 1,21% ao ano, fazendo com que o retorno da caderneta fique em 7,44% ao ano.

O CDI projetado, por sua vez, será de 13,65% ao ano, e será considerado um pagamento de 100% do CDI pelos Fundos DI, e de 95% pelos CDBs. Para o Tesouro Direto, será considerada taxa de custodia de 0,30% ao ano, e ausência de taxa de administração, dado que algumas corretoras não cobram esse pagamento.

Para as modalidades com Imposto de Renda aplicável (CDBs, fundos DI e Tesouro Direto), será considerada a taxa regressiva, com alíquota de 22,5% para aplicações de até seis meses, 20% entre seis e 12 meses, 17,5% de 12 a 24 meses e, por fim, 15% para investimentos de mais do que dois anos.

Tendo em vista os impostos, poderia ser interessante estender o prazo de 18 para 24 meses na tentativa de incidir em taxas menores.

No caso de 18 meses, a poupança apresentará retorno anual de 7,44% contra 9,48% dos CDBs, 9,88% dos Fundos DI, e 11,10% do Tesouro Direto.

Se o prazo for prolongado para 24 meses, a rentabilidade das aplicações que sofrem incidência de IR aumentará: os CDBs passam a oferecer 9,77%; os Fundos DI chegam aos dois dígitos, com 10,18%; e o Tesouro Direto sobe para 11,43%, sendo esta a modalidade mais rentável e, por isso, a mais recomendada.


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