Folha de S. Paulo


Mundo Econômico

PANORAMA MUNDO

Os principais índices acionários americanos fecharam a última segunda-feira (6) em baixa, com os investidores mais avessos ao risco devido as incertezas com relação a crise enfrentada pela Grécia. Com isso, os índices Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq recuaram 0,26%, 0,39% e 0,34 %, respectivamente.

Foi divulgada a taxa de desemprego dos EUA, que caiu para 5,3% em junho, depois de, no mês de maio, se situar em 5,5%. Contudo, a economia americana gerou apenas 223 mil postos de trabalho, resultado que se encontra abaixo da expectativa de um aumento de 225 mil a 230 mil vagas.

O índice que mede o desempenho da atividade industrial americano atingiu 53,5 pontos em junho, mostrando uma melhora em relação a maio, quando se situava em 52,8, segundo o Instituto para Gestão da Oferta. O resultado foi acima da marca esperada pelos analistas, de 53,2, mostrando que a indústria dos Estados Unidos apresenta solidez.

As principais Bolsas europeias, além de terem tido a pior semana do ano na semana passada, também fecharam em baixa na última segunda-feira. Tal resultado foi influenciado principalmente pelas incertezas na Grécia e na zona do euro, após os gregos terem rejeitado, por larga maioria, as propostas dos termos de resgate oferecido pelos credores internacionais no plebiscito ocorrido no domingo (5).

O resultado aparentemente indica a possível saída da Grécia da zona do euro, caso o país não chegue a um acordo com os países do bloco.

Desta forma, os índices Stoxx 600 (pan-europeu), DAX (Frankfurt), CAC 40 (Paris) e FTSE 100 (Londres) caíram 1,24%, 1,52%, 2,01% e 0,76%, respectivamente.

Na zona do euro, as vendas de varejo subiram 0,2% em maio em relação a abril e 2,4% em relação ao ano anterior. O indicador foi influenciado pela melhora no mercado de trabalho e pela baixa inflação.

A atividade empresarial do bloco teve máxima de 4 anos no segundo trimestre. O PMI (Índice dos Gerentes de Compras) composto da zona do euro teve resultado de 54,2 pontos em junho, frente a 53,8 em maio e à leitura preliminar de 54,1 pontos. Os dados positivos apontam para um crescimento de 0,4% do PIB do bloco no segundo trimestre, com a Espanha liderando a recuperação.

Os mercados de ações asiáticos apresentaram alta volatilidade devido as preocupações com a Grécia mas, sobretudo, devido ao governo da China anunciar medidas para conter a recente liquidação que atinge seus mercados, incluindo estímulos para operações de financiamento de compras de ações.

Assim, o índice Xangai Composto, da China, fechou em alta de 2,42%, enquanto os índices Hang Seng, de Hong Kong, e Nikkei 225, de Tóquio, registraram queda de 3,18% e 2,08%, respectivamente.

Na China, o PMI do setor de serviços, segundo o HSBC, teve queda para 51,8 em junho, contra registro de 53,5 em maio. Esse desempenho foi o pior em mais de um ano e, um dos motivos para tal resultado, é a baixa criação de empregos.

Nos próximos dias serão divulgadas as atas da reunião do Fomc (comitê de política monetária do banco central dos Estados Unidos), o IPC mensal e anual da China, a decisão da taxa de juros do Reino Unido, e a produção industrial do Japão.

PANORAMA BRASIL

A Bovespa acompanhou a tendência internacional de cautela e aversão ao risco diante do resultado do plebiscito na Grécia e da espera pela cúpula de emergência para discutir a crise grega, marcada para esta terça-feira (7).

Contudo, a China foi quem mais influenciou o mercado brasileiro, após o governo chinês suspender todas as ofertas iniciais de ações para conter o movimento de queda dos papéis no mercado local, provocando pressão sobre as produtoras de commodities e preocupando os investidores com a possível desaceleração do crescimento e enfraquecimento da demanda por petróleo e minério de ferro.

Com isso, o Ibovespa fechou a última segunda-feira em baixa de 0,70%, com a ação preferencial da Petrobras –mais negociada e sem direito a voto– cedendo 2,13%, enquanto o papel preferencial do Bradesco recuou 1,82%, o Itaú perdeu 1,70% e a ação preferencial da Vale caiu 1,71%.

Já o dólar fechou em alta frente ao real, impulsionado principalmente pela sinalização do Banco Central de reduzir a intervenção no mercado de câmbio . Assim, na última sexta-feira (3) o dólar comercial subiu 1,41%, acumulando, na semana, valorização de 0,39% e encerrando a R$ 3,139.

O IPP (Índice de Preços ao Produtor) registrou queda em maio, se comparado a abril, passando de 0,34% para 0,15%. Isso devido principalmente aos preços dos alimentos, que caíram 0,63%.

Os preços dos alimentos também influenciaram a leve desaceleração do IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor - Semanal) para 0,82% no fim de junho, após marcar 0,83% na terceira medição do mês. Assim, no acumulado do ano, o IPC-S subiu 6,42% e, em 12 meses, a alta ficou em 9,15%.

No setor industrial, o Índice de Confiança na Indústria teve queda de 4,9% em junho, atingindo o menor nível trimestral e mensal da história. Isso ocorreu principalmente devido ao pessimismo em relação ao setor industrial e à economia do país.

Além disso, O PMI industrial também apresentou recuo em junho, medindo 46,5 pontos, porém tal recuo foi menos acentuado do que os 45,9 pontos registrados no mês anterior.

Por outro lado, a produção industrial aumentou 0,6% em maio em relação ao mês anterior, um resultado surpreendente diante da expectativa dos analistas de recuo de 0,5%. Ainda assim, especialistas não consideram tal resultado como sinal de recuperação.

Nesta semana será divulgado o IPC anual e mensal brasileiro.

Post em parceria com Giulia Porfirio André, graduanda em Administração de Empresas pela Fundação Getulio Vargas e consultora pela Consultoria Junior de Economia, CJE-FGV


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