Folha de S. Paulo


Sempre recomendado, CDB pode ser uma boa opção para conservadores

Avaliar as modalidades financeiras disponíveis no mercado para iniciar uma aplicação não é tarefa fácil, especialmente para o investidor pouco acostumado com a linguagem do mercado e com as siglas que pipocam cada vez que se descobre uma ferramenta nova.

Para os mais conservadores, com perfil avesso ao risco e amante dos instrumentos considerados mais seguros, é frequente deparar-se com o famoso CDB (Certificado de Depósito Bancário), opção de renda fixa oferecida pelos bancos.

O CDB consiste em um empréstimo realizado ao banco com rentabilidade atrelada à taxa do CDI (Certificado de Depósito Interbancário), taxa pela qual os bancos realizam operações de compra e venda de títulos entre si. Por servir aos bancos comerciais, o CDI tem taxas próximas à Selic, o que torna a aplicação em CDBs interessante para o público, já que os retornos superarão, em regra, a alta de preços, mantendo ou aumentando, assim, o poder de compra no longo prazo.

Mas quais fatores, além do CDI, interferem na porcentagem do CDI que um CDB oferece? O primeiro deles é o tamanho do banco, o qual definirá seu nível de risco e seu rating, a nota atribuída por uma agência externa (como a Moody's e a S&P) ao classificar a probabilidade de não pagamento das dívidas.

Quanto melhor o rating, melhor a capacidade da instituição de quitar os empréstimos e menor o risco na transação. Desta forma, a tendência é de que o retorno seja menor para ratings melhores, como os dos grandes bancos comerciais.

Dados obtidos junto às corretoras Easynvest e XP mostram que bancos com rating Baa3 oferecem retorno para o CDB de 118% do CDI, enquanto que aqueles com rating Aaa3 limitam-se a 104%, indicando que bancos médios (como os analisados) provavelmente oferecerão retornos melhores. Vale lembrar que, em caso de calote, os CDBs possuem cobertura de até R$ 250 mil do FGC (Fundo Garantidor de Crédito) por CPF e por instituição.

Além do rating e das características de cada banco, a quantia e o prazo também são relevantes para explicar os rendimentos.

Para capitais maiores, a remuneração também será maior, dado que a instituição terá maior interesse em receber um tíquete de entrada de R$ 100 mil do que um de R$ 2.000, dado que o primeiro poderá suprir mais demandas e permitirá juros mais volumosos com o tempo.

Ademais, o prazo também será relevante, possuindo um duplo benefício para o investidor: além de apresentar taxas maiores –já que o banco poderá usufruir do capital por mais tempo–, a alíquota de Imposto de Renda (IR) incidente será menor, gerando custos reduzidos para quem puder aguardar mais tempo pelo resgate.


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