Folha de S. Paulo


Poupo R$ 1.000 por mês para comprar um apartamento; onde investir?

Em sua pergunta original, o leitor afirma que já possui R$ 40 mil acumulados e quer fugir do risco proporcionado pelo mercado de ações, mesmo que seu objetivo seja comprar um apartamento somente daqui alguns anos.

Considerando um perfil conservador, uma boa recomendação é que não somente o capital a ser aplicado no apartamento, como também as economias acumuladas mensalmente, não sejam direcionados para a poupança, uma vez que há instrumentos de risco similar e retorno superior disponíveis no mercado atualmente.

Dentre as alternativas, pode-se considerar os CDBs de grandes bancos, os Fundos DI e os títulos do Tesouro.

Para analisar as melhores opções de aplicação é necessário assumir alguns pressupostos antes de iniciar os cálculos. Inicialmente, será adotado um prazo de cinco anos de investimento até o resgate para a compra do imóvel, com aplicações mensais de R$ 1.000, além dos R$ 40.000 direcionados na abertura da aplicação.

Também é fundamental estipular valores para algumas variáveis relativas aos juros e às expectativas de inflação futura. No caso dos juros, será assumida uma taxa Selic média de 12,76% ao ano para o período —média dos valores esperados para 2015 e 2016 pelo mercado. Para a alta de preços, será utilizada uma estimativa de 5,93% anuais com Taxa Referencial (TR) de 0,10% ao mês.

Para análise do CDB, será considerado um CDI médio —base de cálculo— de 12,66% ao ano, com CDB remunerando 93% do CDI. Os Fundos DI, por sua vez, serão estimados em 98% do CDI.

Como custos para estas modalidades, será adotada uma taxa de 2% ao ano —valor divulgado pela Anbima para grande parte dos fundos para aplicações deste valor e incidência de Imposto de Renda (IR) regressivo, de acordo com o tempo de aplicação. Para prazos superiores a dois anos, a alíquota de IR é de 15%.

Finalmente, para o Tesouro Direto (título Tesouro Prefixado 2021 LTN), será assumida uma taxa de custódia fixa de 0,30% e a ausência de taxas administrativas, uma vez que parte das instituições financeiras não as praticam.

Nestas condições, o resgate após 60 meses será de:

R$ 129.668,06 na poupança, R$ 136.123,09 nos Fundos DI, R$ 142.572,26 no CDB e R$ 145.699,54 via Tesouro Direto. Como é possível notar, a poupança não é uma boa opção, sendo a menos rentável ao longo do período e ficando em um patamar consideravelmente inferior aos demais instrumentos.

O Tesouro Direto, por outro lado, é a escolha mais vantajosa com ganho real (acima da inflação) de mais de R$ 57 mil. Ao final do período, basta separar os montantes para compra do apartamento e para outras finalidades e resgatar apenas o necessário.


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