Folha de S. Paulo


Entenda os rendimentos e riscos das Letras de Câmbio

As Letras de Câmbio (LCs) são títulos vendidos ao público em geral e pertencem ao segmento de renda fixa. Apesar do nome, as LCs não guardam nenhuma relação com o dólar ou qualquer outra moeda.

Na prática funcionam como um empréstimo que o investidor faz a uma Financeira em troca de uma remuneração, que pode ser pré-fixada ou pós-fixada.

A remuneração das LCs é, em regra, pós-fixada e atrelada ao Certificado de Depósito Interbancário (CDI). O CDI varia conforme a taxa básica de juros da economia.

Quanto maior for o percentual do CDI pago pelo título, melhor será o rendimento para o investidor.

RISCOS E RENDIMENTO

É importante entender que esta modalidade de investimento, como qualquer outra, possui riscos. O principal risco das LCs está vinculado diretamente à "saúde" das Financeiras, que emitem o título.

Como as Financeiras têm uma estrutura menor do que um banco, o risco das LCs é maior do que o risco de um título emitido por um banco, como o Certificado Depósito Bancário (CDB), por exemplo.

O dinheiro que você "empresta" à Financeira é usado para que ela empreste dinheiro aos clientes dela. Em linhas gerais, a inadimplência de quem pega dinheiro emprestado nas Financeiras é maior do que de quem pega dinheiro emprestado em um banco, pois o perfil de risco do cliente é pior e as taxas cobradas são maiores.

Para o investidor de LCs, o risco se dá quando a inadimplência é muito alta e a financeira quebra.

Para compensar o risco mais alto, no entanto, o rendimento das LCs é atraente e supera o rendimento de investimentos tradicionais, como o próprio CDB.

Vale notar ainda que o risco das LCs é mitigado devido ao Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que é formado pelas instituições financeiras do país.

O FGC cobre integralmente qualquer valor investido até R$ 250 mil por instituição e por CPF. Desta forma, você não terá prejuízo, por exemplo, se a financeira da qual você comprou as Letras de Câmbio quebrar, desde que o valor investido (mais o rendimento) não ultrapasse os R$ 250 mil.

Caso você tenha mais de R$ 250 mil para investir, uma dica bem interessante é dividir isso em instituições diferentes. Essa é uma forma de diversificar seus investimentos e garantir proteção ao seu dinheiro.

De acordo com consulta realizada neste último dia 29/05 ao site da corretora Easynvest, as LCs pagavam 115% do CDI para dois anos e 117% do CDI para investimentos de três anos.

Outra vantagem é que a negociação pode ser considerada simples, pois é realizada com o intermédio de uma empresa especializada em corretagem (corretoras e financeiras).

Segundo a XP Investimentos, é importante destacar que as Letras de Câmbio são registradas na Cetip e em nome do detentor do título, tornando o processo de acionamento do FGC, em caso de necessidade, rápido e eficiente.

IMPOSTOS

Sobre as LCs incide Imposto de Renda sobre os juros. Quando a aplicação tem até 180 dias, a alíquota do IR é de 22,5%. Quando a operação vai de 181 a 360 dias, a alíquota cai para 20%.

Se o investimento em LCs durar de 361 a 720 dias, a alíquota será de 17,5%. A menor alíquota é de 15% e ela é cobrada para todas as LCs que tenham prazo acima de 720 dias.

Em tempos de juros altos, as LCs podem ser uma boa pedida para aumentar a rentabilidade da carteira com um nível de risco controlado, se forem bem escolhidas.

Post em parceria com Adriano Reis


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