Folha de S. Paulo


É boa opção investir R$ 200 em ações da Petrobras até o fim do ano?

Ações são vendidas em lotes. No caso da PETR4, a ação preferencial (sem voto) da Petrobras, o lote negociado é de 100 unidades e o valor de cada papel saía na sexta (29) por R$ 12,33 cada. Desta forma, é necessário ter R$ 1.233 para iniciar a aplicação.

Existe também o mercado fracionário, no qual é possível adquirir ações avulsas. Contudo, os custos dessas operações as tornam consideravelmente desinteressantes. Primeiramente, por conta das taxas de corretagem envolvidas no negócio. Você pode adquirir, digamos, 10 ações individuais da Petrobras ao valor de R$ 123,33.

Para obtê-las, dependendo da corretora é necessário pagar uma taxa mínima de R$ 11 por operação de compra em média, além de cerca de R$ 15 mensais de custodia para poder mantê-las.

Em um ano, se não houver perdas, o gasto terá chegado a R$ 180 com custodia acrescido dos R$ 11 multiplicados pela quantidade de operações realizadas. Supondo 5 transações, o custo já sobe para R$ 235, exigindo que os papéis comprados (R$ 123,30) tripliquem de valor para gerar lucro.

Além das compras avulsas, existem também os fundos mútuos que aceitam montantes menores e os que reúnem pessoas para investimento conjunto em uma carteira. A vantagem é a possibilidade de elevar a quantia aplicada sem custos adicionais.

Como contraponto, contudo, é importante levar em conta as altas taxas de administração cobradas e a impossibilidade de definir os rumos da aplicação, cabendo essa função ao gestor.

Para capitais menores, pode não ser interessante a aplicação na Bolsa, até por conta de seu risco elevado. A busca por outras ferramentas menos incertas e com custo reduzido certamente gerarão retornos bem maiores no curto prazo.

Ademais, para qualquer valor não vale a pena o investimento integral na Bolsa e muito menos em um único ativo. Isso porque deposita-se todas as chances em um risco exclusivo, não havendo diluição para que, caso um caminhe mal, outros possam compensá-lo.

Para se ter uma base, é aconselhável que as transações na Bolsa não ultrapassem 15% do patrimônio pessoal para que seja evitada a alta volatilidade do mercado. Para perfis mais propensos ao risco, este nível pode variar, mas deve-se sempre agir com uma dose de cautela.

Com as atuais taxas de juros no país, alternativas de renda fixa, como o Tesouro Direto, podem acabar se mostrando consideravelmente mais atraentes e lucrativas.

Nessa ferramenta, é possível começar os aportes com R$ 30 mensais, e os custos ficam restritos à taxa de custodia de 0,3% ao ano e o Imposto de Renda, variando de 22,5% para resgate até 180 dias a 15% para depois de dois anos.


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