Folha de S. Paulo


Mundo Econômico

PANORAMA MUNDO

Os principais índices acionários dos Estados Unidos subiram em maio. A alta foi causada, segundo analistas, pelo fato de a criação de postos de trabalho nos EUA ter se recuperado no mês passado, além da taxa de desemprego americana ter caído para o patamar mínimo nos últimos sete anos. Na última semana, o índice Dow Jones subiu 0,9% e o S&P 500, 0,4%.

Os Estados Unidos tiveram um crescimento econômico de apenas 0,2% no primeiro trimestre de 2015, contra 2,2% de expansão no último trimestre do ano passado. A queda de crescimento ocorreu principalmente por causa do recuo das exportações americanas e por causa do inverno rigoroso, que manteve os consumidores em casa, causando uma queda nas vendas de varejo.

A queda do crescimento americano divide opiniões: alguns analistas julgam ser apenas um problema passageiro, causado principalmente pelo inverno rigoroso, enquanto outros acreditam que esse é um sinal de uma desaceleração que vai continuar durante o ano e que poderá fazer com que o PIB (Produto Interno Bruto) americano caia.

As Bolsas europeias subiram na sexta-feira (8), impulsionadas pelos resultados da eleição britânica, na qual o partido conservador (Tory) ganhou maioria dos assentos do parlamento britânico. O índice FTSE 100, de Londres, teve alta de 2,32%, enquanto o DAX, de Frankfurt, e o CAC-40, de Paris, avançaram 2,65% e 2,48%, respectivamente.

Outro destaque foi a subida de 19,3% da fabricante suíça de defensivos agrícolas Syngenta AG, após a empresa ter recusado uma proposta de compra feita pela concorrente americana Monsanto Co. no valor de 42 bilhões de francos suíços. A recusa impulsionou o índice de empresas europeias Stoxx Europe 600, que teve alta de 2,87% na última sexta-feira.

A Comissão Europeia aumentou sua expectativa de crescimento anual da zona do euro de 1,3% para 1,5%, aumento de 0,9% em relação à expectativa de crescimento no ano passado. Esse aumento ocorreu principalmente devido à baixa do preço do petróleo e aos estímulos do BCE (Banco Central Europeu), que deram força para a recuperação econômica da zona do euro.

Na Ásia, a Bolsa de Xangai apresentou uma preocupante queda de 5,3% na última semana após as ações chinesas terem sofrido um rebaixamento do banco americano Morgan Stanley que, no mesmo relatório, anunciou que o mercado chinês entrará em um período de alta volatilidade. É esperado que o banco central chinês anuncie mais um corte na taxa de juros do país, para combater essa recessão do mercado de ações local.

O índice Nikkei, de Tóquio, apresentou alta de 0,45% na última sexta-feira, impulsionado pelos resultados positivos do índice de desemprego americano e pela disparada de 7,17% da fabricante de videogames Nintendo, após divulgação do relatório de previsão de lucro anual mostrar grande crescimento em relação ao do ano anterior.

Nessa semana, será divulgado o PIB trimestral da França e da Alemanha. Além disso, haverá o discurso do presidente do banco central inglês, Mark Carney, no qual será divulgado o relatório de inflação trimestral do Reino Unido.

PANORAMA BRASIL

A Bolsa apresentou alta na primeira semana de maio de 1,64% e já acumula avanço acumulado anual de 14,28%. Os investidores aproveitaram a semana para lucrar com as altas anteriores de Vale e Petrobras, que tiveram queda de 3,59% e 1,31% na semana. Entre os destaques em alta estão o Banco Itaú e o conglomerado AmBev, que apresentaram alta de 1,32% e 1,27%, respectivamente.

O dólar fechou em baixa pelo quarto pregão seguido na sexta-feira e voltou a ser negociado abaixo de R$ 3, batendo a marca de R$ 2,97. A baixa foi causada principalmente pela divulgação dos dados sobre o mercado de trabalho americano, que indicou que o banco central americano manterá os juros baixos por mais tempo.

Analistas preveem que o mercado agrícola brasileiro sofrerá queda no primeiro semestre de 2015, após o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) anunciar que diversos subsídios fiscais dados aos fazendeiros serão cortados e que os juros das linhas de crédito voltadas ao mercado agrícola praticamente dobrarão até o final de 2015.

Esses cortes fazem parte da política do governo Dilma Rousseff que visa diminuir o deficit fiscal brasileiro nesse ano.

As captações no mercado de capitais feitas por companhias brasileiras apresentaram o maior valor desde 2013 segundo a Anbima (associação das entidades de mercado). Para analistas, esse crescimento de captação mostra que há expectativas de melhora do mercado brasileiro, apesar da volatilidade atual.

Os destaques de captação foram a Telefônica Brasil, que captou R$ 16,1 bilhões no mercado doméstico, e a Votorantim Cimentos, que captou 500 milhões de euros no mercado externo.

Nos próximos dias serão divulgados os números de vendas no varejo brasileiro do ano de 2014 e de abril, além da divulgação do fluxo cambial estrangeiro ocorrido na última semana.

Post em parceria com Guilherme Sharovsky, graduando em economia pela Fundação Getulio Vargas e consultor pela Consultoria Junior de Economia


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