Folha de S. Paulo


Mundo Econômico

PANORAMA MUNDO

Nos Estados Unidos, dados positivos sobre a economia indicam que a taxa de juros pode subir antes do esperado. Na última sexta-feira (6), o índice da Bolsa Nasdaq teve queda de 1,12%. Dow Jones e S&P 500 tiveram quedas de 1,54% e 1,43%, respectivamente.

O país criou 295 mil empregos em fevereiro, bem acima dos 257 mil de janeiro e dos 240 mil esperados por analistas. A taxa de desemprego no país caiu para 5,5%, diminuição de 0,2 ponto percentual em relação ao mês anterior.

Por outro lado, o aumento do crédito ao consumidor não acompanhou as expectativas do mercado. Houve um aumento de US$ 11,56 bilhões, para um total de US$ 3,33 trilhões em janeiro. Analistas entrevistados pelo Wall Street Journal esperavam um aumento na casa dos US$ 14 bilhões.

Já no velho continente, o mercado se preocupa com a situação grega. O desemprego no país atingiu 26%. O BCE anunciou ter dobrado os empréstimos à Grécia. Outro dado relevante na região foi o resultado do PIB do último trimestre de 2014. Foi registrada alta de 0,3%, valor em linha com as expectativas. Apesar da queda no consumo, a alta de 0,4% nos investimentos e um bom desempenho das exportações garantiram a expansão.

Enquanto isso, na Ásia, as exportações chinesas cresceram acima do esperado, puxadas pelo reaquecimento da economia do EUA. No entanto, o governo chinês reconhece a fraqueza da demanda doméstica, que puxou as importações para baixo. O superavit comercial do país foi de US$ 60 bilhões em fevereiro. O desempenho doméstico ruim faz com que o governo projete um crescimento de 7% do PIB para 2015, abaixo da meta de 7,5% do ano anterior.

Nesta semana haverá pronunciamentos dos presidentes do Banco da Inglaterra e do Federal Reserve (Fed, banco central americano). Na China, serão divulgados o Índice de Preços ao Consumidor e a produção industrial, ambos do mês de fevereiro. Além disso, o mercado espera dados sobre as vendas no varejo dos EUA em Janeiro e a produção industrial do Reino Unido em fevereiro.

PANORAMA BRASIL

No Brasil, continuam as preocupações em relação aos resultados da economia. O IPCA - principal índice de preços do país - registrou alta de 1,2% em fevereiro, ante 1,24% em janeiro. No acumulado dos últimos 12 meses, registra alta de 7,7%.

Já no mercado de câmbio, o dólar fechou o primeiro dia da semana registrando alta de 2,35%, cotado a R$ 3.12. As incertezas políticas em relação à governabilidade do governo Dilma colocam em xeque a promessa de ajuste fiscal. O que foi agravado por uma declaração da Moody's sobre o risco de a Operação Lava Jato se estender sobre todo o mercado financeiro.

O temor do mercado se materializou no Ibovespa, que fechou a segunda-feira em queda de 1,60% aos 49.181 pontos. Os papéis de bancos e estatais lideraram as perdas.

O desarranjo macroeconômico preocupa a economia real. No Brasil, o mercado espera a ata do Copom. Ademais, serão divulgados dados sobre emprego e produção industrial, ambos do mês de janeiro.

Post em parceria com Luca Mosena, graduando em administração de empresas e consultor da CJE-FGV


Endereço da página:

Links no texto: