Folha de S. Paulo


Gostaria de investir R$ 30 mil em 12 meses. Qual a melhor aplicação?

A alta de preços do último ano e a expectativa de uma inflação ainda maior em 2015 têm tornado a poupança, aplicação já pouco vantajosa em períodos de maior calmaria financeira, cada vez menos interessante para o investidor.

As modalidades de investimento que já eram superiores à caderneta permanecem sendo mais rentáveis, mas ganham destaque aquelas com rendimento atrelado às taxas de juros, que não param de subir para conter a inflação.

Esses instrumentos permitem a manutenção do poder de compra no longo prazo, feito este que a poupança mal foi capaz de atingir nos últimos tempos.

Destacam-se, entre as modalidades similares à poupança em termos de risco, os fundos DI, as Letras de Crédito Imobiliário e do Agronegócio e os CDBs (Certificados de Depósito Bancários), todos atrelados à taxa do CDI (Certificado de Depósito Interfinanceiro, negociado entre bancos e instituições do mercado de capitais), além do Tesouro Direto.

No caso do Tesouro, há títulos que remuneram de acordo com a alta de preços, desde que seja respeitado o período de investimento determinado na contratação de cada um dos papéis.

IMPOSTO

Tanto os fundos DI quanto os CDBs e o Tesouro Direto têm incidência de IR (Imposto de Renda). A cobrança do imposto é regressiva, de acordo com o período de investimento: variando de 22,5% (resgate antes de seis meses) a 15% (resgate após dois anos). Para o caso de um investimento de 12 a 24 meses, a alíquota incidente é de 17,5%. Para as letras de crédito, não há cobrança de IR.

Em uma simulação que considera uma taxa Selic média de 13,23% ao ano para os próximos 12 meses (conforme expectativa de mercado), taxa de custódia de 0,3% ao ano e isenção de taxas administrativas, como cobrado por algumas corretoras do mercado, o Tesouro Direto oferece um resgate final de R$ 33.181,85.

Para o caso dos fundos DI, atrelados à taxa básica de juros, foi calculado o retorno levando em conta uma taxa de administração de 1,5% ao ano e um pagamento equivalente a 100% bruto do CDI (foi também considerado CDI médio de 13,05% ao ano). Nessas condições, o montante final obtido é de R$ 32.823,03.

No caso dos CDBs, em uma média de 97% do CDI, o resgate fica em R$ 33.130,93, enquanto que as LCs (82% do CDI como base para remuneração) pagam R$ 33.180,81.

RETORNO

A poupança, por sua vez, paga 0,5% ao mês acrescido da Taxa Referencial (TR), que tem ficado em cerca de 0,10% mensais.

O resgate –o menor entre os analisados– fica em R$ 32.235,04, indicando que esta é a pior aplicação para o período sugerido, ficando não somente atrás de todas as outras aplicações de risco semelhante em termos de rentabilidade, como também praticamente não sendo capaz de superar a inflação.

Um rendimento que repusesse uma inflação de 7,33% (previsão do último Boletim Focus), elevaria o capital para R$ 32.183,26.


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