Folha de S. Paulo


Tiro dinheiro da poupança e coloco em fundo que rende 80% do CDI?

Em tempos atuais, a poupança caminha bastante mal. No mês de janeiro deste ano, seus rendimentos ficaram abaixo da inflação no acumulado dos últimos 12 meses.

Essa defasagem reforça a tese de que, por mais que o risco envolvido na modalidade seja pequeno e haja isenção de Imposto de Renda (IR), não há qualquer garantia de que a caderneta de poupança será capaz de superar o reajuste de preços.

Assim, a substituição desse investimento por ferramentas similares e igualmente de baixo risco pode ser interessante. Para fazer essa avaliação, o principal será considerar o prazo de aplicação, pois ele será responsável por definir o Imposto de Renda incidente e, consequentemente, o retorno esperado de cada uma das aplicações.

Para simular o retorno do fundo proposto contra o da poupança, será considerada uma taxa Selic de 12,25% e todas as condições apresentadas: R$ 30 mil de capital para investimento, taxa de administração de 1,20% em cada aporte e um rendimento previsto em 80% do CDI.

Neste cenário, por ser isenta de imposto, a poupança rende de 7,44% ao ano para todos os prazos.

Já o fundo remunera 7,40% ao ano em seis meses de aplicação; 7,64% ao ano para 12 meses; 7,88% ao ano para mais do que um e menos do que dois anos; e 8,12% ao ano acima de dois anos.

Ou seja, o fundo só perde para a poupança se for resgatado em até seis meses.

EFEITO DE IMPOSTO

Essas variações são consequentes das alíquotas de Imposto de Renda, que variam regressivamente de 22,50% para até seis meses de aplicação até 15% em dois anos.

É importante ressaltar, no entanto, que uma taxa de 80% do CDI é extremamente baixa para um montante a ser investido de cerca de R$ 30 mil, podendo haver renegociação junto à instituição financeira.

Fundos acima de 90% do CDI, por exemplo, já são mais vantajosos, em termos de retorno, do que a poupança.

TESOURO DIRETO E CDB

De qualquer maneira, outras modalidades financeiras podem oferecer retornos bem melhores na atual situação econômica, em especial aquelas com rentabilidade atrelada à inflação, como o Tesouro Direto, que garantem o poder de compra do investidor.

Nesta ferramenta, o pagamento já começa em 9,26% para o prazo de seis meses, e chega a 10,16% quando a aplicação ultrapassa dois anos.

Além disso, os CDBs de grandes bancos também têm se mostrado superiores à poupança em termos de retorno, valendo a pena quando os ganhos que ficam acima de 85% do CDI. Esse instrumento financeiro rende 7,90% ao ano para prazos inferiores a seis meses, 8,15% ao ano para prazos de seis até 12 meses; 8,40% ao ano para prazos maiores que um e menores do que dois anos; e 8,66% ao ano para prazos acima de dois anos. Para prazos e projeções de remuneração maiores, o lucro aumenta consideravelmente, indicando forte benefício ao investidor que optar por sair da poupança e investir em um CDB.


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