Folha de S. Paulo


Chocolate diet engorda?

Você deve estar se perguntando o que a questão acima tem a ver com uma coluna econômica. Mas as duas questões estão intimamente relacionadas. Afinal, fenômeno que afeta o consumidor na hora em que ele vê um produto anunciado como "Grátis!" é idêntico ao do "Zero calorias".

Quando vemos uma oferta de um produto com custo zero, somos alvo de uma descarga emocional tão grande que acabamos "esquecendo" as desvantagens embutidas na oferta. Na hora de fazer uma escolha, nós temos medo de tomar a decisão errada e avaliamos as vantagens e desvantagens de cada opção.

O "Grátis!" cria a ilusão de que o produto em questão possui apenas vantagens e que a nossa escolha não traz nenhuma perda. Mas como explicar isso para a pessoa que fica meia hora na fila para ganhar uma bola de sorvete grátis?

Os termos "diet", "light" e "zero" possuem o mesmo efeito. Ao ler na embalagem que o refrigerante possui "zero caloria", ficamos com a sensação de que ele não engorda. Em uma pesquisa de alimentos com nenhuma caloria, chegamos à seguinte lista: chá, café, maçã, melancia e abóbora, entre outros. Mas alguém acredita que se exagerar no consumo de abóbora, vai engordar?

É o caso do chocolate diet. Ele só não contem açúcar, mas nem por isso deixa de ser gorduroso e calórico. No entanto, o destaque no "diet" na embalagem gera um impulso. A pessoa acaba comendo muito mais deste chocolate do que se fosse um chocolate comum - e ganha peso desta maneira.

Assim, cuidado com os orgânicos, integrais, diets e lights: da mesma forma que "não existe almoço grátis", como diz o ditado econômico, além de ter um custo ele ainda pode ser engordativo.

Post em parceria com Carolina Ruhman Sandler, jornalista e fundadora do site Finanças Femininas


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