Folha de S. Paulo


Inadimplência sobe em outubro, mas deve recuar até o fim do ano

Pagamentos em atraso há mais de 90 dias cresceram 14,2% em outubro de 2014, comparado a outubro do ano passado, com alta de 5,1% desde o início de 2014, segundo o Indicador Serasa Experian de Inadimplência do Consumidor.

Os efeitos de uma economia mais adversa em 2014, com juros altos e inflação elevada têm mantido o crescimento da taxa de inadimplência, mas a Serasa apontou um recuo de 1% entre setembro e outubro, o que pode indicar maior cautela dos consumidores em assumir novos endividamentos, priorizando a quitação de dívidas nos últimos meses.

Essa pequena queda na taxa de endividamento foi influenciada, sobretudo, por dívidas não bancárias, como cartões de crédito, financeiras, lojas em geral e prestadoras de serviços como telefonia e energia elétrica, que apresentaram variação negativa de 3,7%. As outras espécies de endividamento permanecem altas: bancos (0,5%); títulos protestados (10,4%); e cheques sem fundos (4,3%).

Entre os idosos, que tiveram recentemente acesso ao crédito consignado, a inadimplência é algo novo e crescente. Dados dos Indicadores Econômicos do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) mostram que, no mês de outubro o total de endividados na faixa etária entre 85 e 94 anos cresceu 10,53% na comparação com o mesmo mês do ano passado. Já entre os mais jovens, com idade entre 18 e 24 anos, houve uma redução do número de endividados de 8,04% em igual período.

Segundo o SPC, no mês de outubro deste ano, as pessoas com idade entre 30 e 39 anos correspondiam a 26,85% dos endividados, enquanto na faixa etária entre 40 e 49 representavam 19,37%. Os idosos, com idade entre 85 e 94 anos, somavam 0,96%. Os jovens entre 18 e 24 anos correspondem a 10,30% do total de inadimplentes.

O SPC também anuncia que o número de renegociação de dívidas caiu 1,64%, mesmo com o pagamento antecipado do 13º salário a aposentados e pensionistas e os feirões de renegociação, que apenas ajudaram a atenuar a queda da inadimplência em setembro.

Para a entidade, a diminuição das renegociações é reflexo do baixo crescimento da economia, da inflação próxima do teto da meta e do aumento dos juros nos últimos meses, cenário que piorou a capacidade do consumidor de pagar os débitos em dia e de recuperar as dívidas em atraso.

Contudo, o SPC se mostra otimista ao prever que, em termos relativos, a inadimplência deve perder força devido ao maior giro da economia, influenciada pelo recebimento das parcelas do 13º salário, pelo aumento da oferta de empregos temporários devido ao Natal e, principalmente, pelos feirões de renegociação de dívidas, que devem estimular o consumidor a quitar as pendências em atraso para começar 2015 no azul.


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