PANORAMA MUNDO
Após crescimento na última quarta-feira com os dados eleitorais, as Bolsas americanas tiveram altas pequenas no fechamento da semana. O Dow Jones fechou em alta de 0,11% e o S&P 500, de 0,03%. Já o Nasdaq caiu 0,13%. Em pronunciamento no mesmo dia, a presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano), Janet Yellen, afirmou que a eventual normalização da política monetária do EUA "poderia levar a certo aumento na volatilidade financeira".
Nos Estados Unidos, a última semana foi repleta de acontecimentos. No lado político, ocorreram as eleições de meio de mandato, que demonstram a insatisfação da população com o governo de Barack Obama. Os republicanos conquistaram a maioria no Senado, com 51 das 100 cadeiras, sendo que já possuíam a maioria na Câmara. Com esse resultado, o governo Obama terá sérias dificuldades em aprovar projetos no congresso.
No âmbito econômico, as notícias são divergentes. Os dados sobre desemprego nos EUA indicam que a recuperação do país continua. A taxa de desemprego caiu de 5,9% para 5,8%, com a adição de 214 mil postos de trabalho.
O resultado veio abaixo da estimativa de 235 mil novos empregos feita pelo mercado, mas a revisão para cima dos dados de setembro (256 mil empregos gerados) e a continuidade da recuperação do mercado de trabalho, que está se fortalecendo consideravelmente em 2014, foram suficientes para animar o mercado.
Apesar dos dados positivos do mercado de trabalho, o resultado da última balança comercial reacende preocupações sobre a demanda global. O Departamento de Comércio dos EUA anunciou que o deficit comercial do país aumentou 7,6%, para US$ 43 bilhões em setembro. Um dos destaques foi a queda de 14,7% das exportações para o Japão.
Em uma Europa acometida pela desaceleração e risco de deflação, o BCE (Banco Central Europeu) manteve as taxas básicas de juros inalteradas. O presidente do BCE, Mario Draghi, indicou que as projeções de crescimento para a zona do euro podem ser reduzidas em breve. No entanto, afirmou que a autoridade monetária pode implementar medidas de estímulos adicionais, caso necessário. Christine Lagarde, diretora chefe do FMI (Fundo Monetário Internacional), elogiou a postura do BCE.
Na Ásia, o crescimento das exportações chinesas desacelerou para 11,6% em outubro frente ao ano passado, superando as expectativas do mercado. Apesar da desaceleração, as exportações no país vêm crescendo desde abril deste ano, indicando um crescimento econômico global mais forte. Além disso, a inflação ao consumidor chinês ficou dentro da meta em outubro, o que abre espaço para novas medidas de estímulo monetário por parte do governo.
Para essa semana são aguardados dados sobre a inflação no Reino Unido, acompanhados de pronunciamento do presidente do Banco da Inglaterra. Na zona do euro serão divulgados dados sobre o PIB (Produto Interno Bruto) e a inflação de outubro. Na China, o destaque fica com a produção industrial de outubro. As vendas no varejo de outubro nos EUA serão divulgadas na próxima sexta-feira.
PANORAMA BRASIL
Na última semana, a Bolsa brasileira reduziu a perda acumulada para 2,57%. No ano, o índice Ibovespa tem ganho de 3,33%. Já para o dólar os últimos dias foram agitados. A moeda americana teve o sexto pregão consecutivo de alta e bateu a máxima desde 2005. Na semana, o ganho foi de 3,49%, o maior desde a semana encerrada em 12 de setembro.
Nos últimos dias foi divulgado o IPCA [índice oficial de inflação] de outubro, com um aumento de 0,42%. O valor é menor que o do mês anterior, de 0,57%. O reajuste de 3% na gasolina e de 5% no diesel anunciado na semana passada vai, segundo Guido Mantega, aumentar em 0,1 ponto percentual o IPCA no ano. Apesar de positivo para as operações da Petrobras, o aumento eleva o risco de a inflação ultrapassar o teto da meta de 6,5%.
Outro dado negativo divulgado foi o deficit na balança comercial do país. Na primeira semana de novembro, o deficit foi de US$ 747 milhões e no acumulado do ano o saldo é negativo em US$ 2,6 bilhões. Além disso, diferentemente dos demais indicadores de atividade, a taxa de desemprego continua caindo e no segundo trimestre recuou para 6,8%.
Nessa semana serão divulgados dados sobre desemprego e vendas no varejo de setembro. Além disso, nesta semana se iniciou a temporada de resultados do terceiro trimestre de empresas cotada na Bovespa.
Post em parceria com Luca Mosena, graduando em Administração pela Fundação Getulio Vargas e consultor pela Consultoria Junior de Economia, CJE-FGV (http://www.cjefgv.com/)